Guerra de palavras entre Londres e Salt Lake City

Um mapa para "o meio do nada". Foi com esta oferta que o presidente da Câmara de Salt Lake City, Ralph Baker, se veio envolver na guerra de palavras que começou com a visita a Londres de Mitt Romey.
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O candidato republicano às presidenciais de novembro nos Estados Unidos deixou críticas às condições de segurança e de trabalho nos Jogos Olímpicos de Londres 2012. Em 2002, o empresário milionário foi chamado a integrar a comissão organizadora dos Jogos Olímpicos de Inverno de Salt Lake City, a capital do Utah, depois de ter sido denunciado um escândalo de corrupção. Forte desta experiência, não se coibiu de dizer, em entrevista à televisão NBC antes de viajar para Londres, que as falhas na segurança privada contratada pela organização londrina são "preocupantes" e "pouco encorajadoras".

Palavras que irritaram visivelmente o primeiro-ministro britânico. David Cameron, que na quinta-feira se reuniu com Romney no número 10 de Downing Street, explicara antes aos jornalistas. "Nós organizamos os Jogos Olímpicos numa das cidades mais vibrantes e movimentadas do mundo. Obviamente isso é mais fácil se for feito no meio do nada". Uma referência a Salt Lake City que Ralph Baker não deixou passar em branco. O mayor apressou-se a lamentar a "falta de familiaridade" de Cameron para com uma cidade de apenas 190 mil habitantes (Londres tem mais de oito milhões), mas que é a capital do estado americano do Utah. E deixou o convite ao primeiro-ministro britânico para uma visita futura.

Apesar dos esforços de Romney para minimizar esta gafe que vem manchar a sua campanha presidenciais - afinal depois de dois dias em Londres e de um encontro com Cameron já garantia que a cidade "está pronta" - a "guerra de palavras" parece estar a alastrar. E o sempre desbocado mayor de Londres, Boris Johnson, desafiou ontem, diante de uma multidão reunida em Hide Park: "Há aí um tipo chamada Mitt Romney que quer saber se estamos preparados. Estamos preparados? Claro que estamos!". Um episódio menos feliz da "relação especial" entre Reino Unido e Estados Unidos.

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