Grupo Oceânico compra Lusotur Golfes por 125 milhões
Depois de, em 2004, os espanhóis da Prasa terem comprado a André Jordan os direitos de construção e gestão dos 1650 hectares da Lusotur Imobiliária e os cerca de um milhar de postos de amarração da marina de Vilamoura, foi agora a vez de o consórcio anglo-irlandês Oceânico Developments adquirir o que restava ao empresário luso-brasileiro naquele empreendimento turístico - os cinco campos de golfe, num negócio que custou 125 milhões de euros.
O interesse do grupo liderado pelo irlandês Gerry Fagan e o inglês Simon Burgess pela Lusotur Golfes já era conhecido, tendo em conta a pública intenção de André Jordan de se afastar do grande mercado de golfe no Algarve e a grande aposta do consórcio no produto golfe. Segundo apurou o DN, na corrida à compra dos campos de golfe esteve, desta vez, o grupo Prasa (em 2004, os espanhóis não terão desejado incluir o golfe no negócio), mas André Jordan optou pelo consórcio anglo-irlandês, por considerar que "chegou a altura de esta unidade ser incorporada num plano mais vasto". O empresário garantiu ontem, aos jornalistas, que a empresa "não estava à venda", mas a proposta da Oceânico foi "irrecusável", por ser "muito aliciante". O negócio decorreu em poucas semanas, "sem complicações", e André Jordan está convicto de que os campos de golfe de Vilamoura ficam em "muito boas mãos".
Já para Gerry Fagan, a compra da totalidade do capital da Lusotur Golfes foi um "investimento que terá seguramente um retorno muito bom". Uma convicção a que não será alheio o anúncio, feito na semana passada, dos dois milhões de euros de lucros registados pela Lusotur Golfes em 2006, o que significou um salto gigantesco na performance dos campos em relação ao ano anterior, marcado por prejuízos da ordem dos 2,2 milhões de euros. Com efeito, os cinco campos - The Old Course, Pinhal Golf Course, Laguna Golf Course, Millenium Golf Course e Victoria Clube de Golfe - quase duplicaram a taxa de crescimento médio verificada no mercado de golfe algarvio, com um aumento de 11,5% do número de voltas face a 2005. O grupo de Fagan e Burgess torna-se, com esta aquisição, proprietário de uma dezena de campos de golfe em Portugal - dos quais dois em Alcantarilha (Silves), integrados no Amendoeira Golfe Resort, um empreendimento de luxo em construção, um em Óbidos e dois na ilha de S. Miguel, nos Açores - elevando, assim, o seu porta-fólio a um valor comercial de dois mil milhões de euros.