Grupo armado reivindica ataques contra a Chevron
O Movimento para a emancipação do delta do Níger (Mend) afirmou em comunicado ter feito "explodir" sábado o poço petrolífero Makaraba 3 e 5 bem como a sua conduta principal, no Estado de Delta (região do delta do Níger, Sul).
O grupo armado afirmou também "ter destruído" durante um ataque perpetrado sexta-feira cerca das 22:00 o poço Otunana, com as suas condutas.
Esta instalação também se situa no Estado de Delta.
Desde que anunciou domingo passado o lançamento "de uma guerra do petróleo", o Mend reivindicou esta semana uma sucessão de ataques contra complexos da Chevron, uma das maiores petrolíferas presentes no delta do Níger.
Esta região rica em hidrocarbonetos, de onde a Nigéria retira mais de 90 por cento das suas divisas, é agitada há mais de três anos por violências cometidas por grupos armados que afirmam agir em nome das populações locais, para uma melhor divisão das riquezas.
Sexta-feira à noite, o Mend anunciou ter destruído com explosivos um gasoduto e um oleoduto da Chevron.
A meio da semana, o mesmo grupo anunciou ter incendiado a estação de bombagem de Otunana, que também pertence ao grupo norte-americano.
A companhia confirmou todos os incidentes ocorridos, sem, no entanto, revelar a origem.
Questionado pelos jornalistas quanto ao impacto dos últimos ataques sobre a produção, um porta-voz da Chevron sublinhou numa, declaração por correio electrónico, que a companhia interrompeu as suas operações na zona em questão, deixando supor que os locais atingidos não estavam a produzir na altura dos ataques.
"As nossas operações nos pântanos (do delta do Níger) estão suspensas desde 25 de Maio", indicou Scott Walker.
A 25 de Maio, a Chevron anunciou o encerramento da produção de cerca de 100.000 barris por dia após um ataque contra um dos seus oleodutos, reivindicado pelo Mend.
Confirmando que "uma das suas condutas foi cortada no sector de Abiteye no Estado do Delta, domingo (24 de maio)", a Chevron Nigeria Limited anunciou em comunicado: "A fim de proteger o ambiente, o incidente provocou o encerramento da produção de cerca de 100.000 b/j nos pântanos do Delta".
Devido à insegurança, a produção de produto bruto nigeriano caiu de 2,6 milhões de barris/dia em 2006 para 1,8 mb/j em Maio, segundo os últimos números da Agência Internacional de Energia (AIE).