Greve em Espanha cancela ligações aéreas com Portugal

A grande maioria dos voos entre Espanha e Portugal previstos para quarta-feira já foram cancelados e os que ainda não foram podem sofrer atrasos ou chegar mesmo a ser anulados, disseram hoje fontes das empresas aéreas.<br /><br />
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Fontes da TAP e da Ibéria afirmaram à agência Lusa que a grande maioria dos voos entre cidades espanholas e portuguesas, nos dois sentidos, foram já cancelados.

A Ibéria confirmou já o cancelamento de quase todos os seus voos entre Barcelona e Madrid e as cidades portuguesas de Lisboa e Porto.

De momento, entre Madrid e Lisboa, por exemplo, os únicos não cancelados são os que têm partida prevista para as 07:35 e para as 22:45. No sentido inverso apenas não foi cancelado o que sai de Lisboa às 07:00.

No caso da TAP foram já cancelados seis voos dos nove entre Barcelona e Portugal, e sete entre Madrid e Portugal, dos 10 operados normalmente.

As duas maiores centrais sindicais espanholas, a CCOO e a UGT, convocaram para quarta feira uma greve geral, em protesto contra a reforma laboral aprovada pelo parlamento espanhol.

A questão do transporte aéreo é, actualmente, uma das que mais incertezas continua a suscitar na greve, especialmente devido à confusão da forma como se irão aplicar os serviços mínimos, que determinavam a operacionalidade de 25 por cento dos voos.

O problema é que o acordo de serviços mínimos feito entre o governo e os sindicatos, e que inclui sectores como o 'handling' -- serviços mínimos de 20 por cento -- só se aplica às empresas espanholas.

"Neste processo todas as empresas estrangeiras estão a ser penalizadas porque os serviços mínimos decretados pelo governo só fazem referencia às empresas espanholas", disse à Lusa a responsável de uma empresa aérea estrangeira em Espanha.

"Ou seja, as empresas de 'handling' dizem que nos querem ajudar mas que só o poderão fazer com o pessoal que reste, depois de prestarem os serviços mínimos às empresas espanholas", explicou.

Uma situação que tem sido alvo de intensas reuniões entre os responsáveis das empresas aéreas e responsáveis da AENA, que controla os aeroportos espanhóis.

"Não havendo certezas de nada, nem sequer de que poderemos manter os aviões que ainda não se cancelaram, foi-nos pedido reduzir ao máximo as nossas operações", explicou a mesma fonte.

Antecipa-se que seja durante a manhã que se viva os maiores problemas, por ser quando se concentram muitos voos e por se esperarem dificuldades no acesso de passageiros ao aeroporto e dificuldades de operação devido aos protestos dos sindicatos.

"Todos sabemos que o pior será de manhã. Pode ser que de tarde, se a situação melhorar, se consiga mais operações", frisou.

A Ibéria anunciou já que tenciona operar 35 por cento dos seus voos previstos para quarta feira.

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