Greenpeace invade central nuclear no leste de França

Várias dezenas de ativistas do Greenpeace invadiram hoje uma central nuclear no leste de França, revelou a associação ecologista em comunicado.
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Os ativistas invadiram a fábrica de Fessenheim e penduraram uma faixa com os dizeres "Parem de arriscar a Europa", num dos reatores, "para denunciar o risco da energia nuclear francesa para toda a Europa".

Na última invasão deste tipo, o Greenpeace destacou as alegadas falhas de segurança nas instalações atómicas.

Um porta-voz da EDF -- a empresa de energia estatal francesa que controla a central nuclear - disse que a central está a funcionar apesar do arrombamento e garantiu que "estas ações não vão ter qualquer impacto no funcionamento da central, que está a operar normalmente".

Segundo a mesma fonte, a polícia deteve 56 ativistas, mas 20 permaneceram no topo da cúpula de um dos reatores, com um helicóptero da polícia a sobrevoá-los.

A França, um dos países do mundo mais dependente de energia nuclear, opera 58 reatores e é um dos defensores internacionais da energia atómica.

Em 2012, antes das eleições presidenciais e num acordo com o partido Os Verdes, o partido socialista do presidente François Hollande prometeu reduzir a dependência da energia nuclear de mais de 75 por cento para 50 por cento, fechando 24 reatores até 2025.

Entre as centrais, Hollande prometeu fechar Fessenheim, a central nuclear hoje invadida, que começou a operar em 1977, até ao final de 2016.

A central, localizada nas margens do Rio Reno, encontra-se perto das fronteiras suíça e alemã e é vulnerável à atividade sísmica e a cheias.

O protesto da Greenpeace acontece antes de uma reunião dos líderes europeus para discutir o futuro da política energética do continente.

Os ativistas da Greenpeace querem que Hollande e a chanceler alemã Angela Merkel forcem a Europa a uma transição energética real, reclamando que a França usa demais a energia nuclear, e a Alemanha o carvão.

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