Grécia. Buscas prosseguem e surgem críticas
Unidades móveis foram enviadas para os locais afetados pelos incêndios para distribuir comida e outros bens de primeira necessidade às centenas de pessoas que ficaram sem teto.
Mais de 1500 casas foram destruídas pelo fogo, que consumiu uma área florestal de 2100 hectares. Temperaturas altas e ventos fortes contribuíram para a propagação do fogo no pinhal.
A porta-voz dos bombeiros, Stavroula Maliri, informou que os serviços de emergência receberam "muitos telefonemas a a assinalar o desaparecimento de pessoas", embora também tenha esclarecido que algumas destas pessoas podem figurar entre as vítimas mortais.
Não há um número oficial de desaparecidos.
O porta-voz do primeiro-ministro Alexis Tsipras, Dimitris Tzanakopoulos, relevou o facto de se ter registado 15 ignições em três frentes diferentes na região.
Quando o primeiro-ministro Alexis Tsipras se dirigiu aos concidadãos num discurso televisivo afirmou que as razões para a tragédia bem como o apuramento de eventuais responsabilidades ficariam para "a hora certa".
A ideia foi secundada pelo líder da oposição Kyriakos Mitsotakis, da Nova Democracia, ao dizer que as prioridades eram a "unidade e a solidariedade".
Ainda na terça-feira, o procurador do Supremo Tribunal Xeni Dimitriou ordenou uma investigação sobre as causas dos incêndios.
Rapidamente surgiram críticas. Umas sobre a construção desordenada e por vezes ilegal em áreas florestais e em zonas costeiras, outras sobre a ausência de planos de prevenção e de combate a incêndios com estas características, outros ainda à resposta lenta dos meios.
Na manchete do jornal Ta Nea o título "O país a nu" já se vislumbra o tom do que se segue, uma crítica à incapacidade do governo em proteger os cidadãos "a poucos quilómetros de Atenas".
Ao Kathimerini, bombeiros afirmam que a "ausência de um plano de emergência está por trás da morte" que foram atingidas pelas chamas enquanto fugiam das casas. Para estes profissionais as responsabilidades dividem-se pelo corpo de bombeiros, a a administração regional da Ática e, em particular, a Proteção Civil.
Os bombeiros também apontam para a falta de preparação do Estado, apesar dos alertas emitidos no fim de semana de que o risco de incêndio seria o mais alto em toda a região da Ática.
Para contribuir para a possível demora na resposta, bombeiros e meios aéreos estavam mobilizados a tentar controlar um incêndio em Kineta, a oeste da capital. O fogo prossegue ao fim de três dias, até ao momento sem ameaçar populações, embora por precaução algumas povoações tenham sido evacuadas.