Grandes pintores em leilão da Cabral Moncada

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A obra 'Garagem no Monte Estoril' de Paula Rego é uma das peças mais interessantes deste leilão e pode custar entre 15 e 22 500 euros. A variedade e a qualidade destas peças, apesar de menos conhecidas, tornam este leilão numa oportunidade única para começar a coleccionar peças de autores de importância incontornável. A exposição começa dia 10


Paula Rego , Stuart de Carvalhais, Carlos Calvet e Mário de Cesariny são apenas alguns dos grandes pintores portugueses com presença garantida nos leilões da Cabral Moncada (entre 15 e 18 de Janeiro). O novo ano traz um leilão habitual para a casa, "generalista, com uma quarta sessão de pratas e jóias e com uma grande variedade de pintura", disse ao DN Pedro Alvim, o administrador da casa leiloeira.


AGaragem no Monte Estoril, de Paula Rego , datada de 1970, é uma das peças que vai levar certamente muitos investidores e apaixonados pela arte contemporânea ao espaço da Cabral Moncada. A peça, que pertence a uma fase mais recuada da autora, poderá custar entre 15 mil e 22 500 euros. Na primeira sessão, vai estar em foco uma obra de 1978, de Mário Cesariny (entre cinco mil e 7500 euros), e aColecção de Guitarras, de Graça Morais, aguarela sobre papel, que a leiloeira avaliou entre 4500 e 6750 euros.


"A pintura é um dos pontos fortes deste leilão. Apesar de as obras serem de tamanho médio e de não serem as mais importantes destes autores, são peças de qualidade. Este é um bom leilão para quem quer começar a coleccionar um grande autor", afirma Pedro Alvim. O responsável recorda que o catálogo engloba obras de Marques de Oliveira e de Júlio Resende, com a obraMenina(de sete a 10 500 euros), mas também uma obra rara de grande qualidade de D'assumpção e assinada por Rosiel (até 12 mil euros). A pintura sacra e estrangeira também povoa o primeiro catálogo do ano desta casa e constitui uma boa alternativa aos pintores contemporâneos.


O mobiliário português e estrangeiro entre os séculos XVII e XX divide-se pelas primeiras três sessões. Os móveis D. José e D. Maria marcam invariavelmente presença assídua na Cabral Moncada, mas há peças como a lareira em estilo neoclássico(ver foto em cima), que não costumam aparecer nestes leilões . A lareira com alçado, em madeira pintada e entalhada, tem o tampo e a base em mármore e data do século XIX. O preço-base ronda os dez a 15 mil euros.


Na segunda e na terceira sessão há muita porcelana da China, da Companhia das Índias e muitas telas de pintura sacra, sobretudo das escolas portuguesa, espanhola e italiana. No terceiro dia merecem destaque diversos pares de cadeiras em estilo Luís XV e XVI a partir de 250 euros). Ressalta ainda o par debergèresLuís XV/XVI de madeira pintada de branco e com entalhamentos, assentos e costas forradas a pele azul (até 3750 euros). Nas louças e vidros sobressaem as peças de Émile Gallé, uma jarra de grandes dimensões com uma paisagem com árvores, e um candeeiro eléctrico DAUM em arte nova, com preços-base a partir dos 700 euros, até um máximo de 3750 euros.


Apesar de estas quatro sessões terem uma oferta vasta de tapetes, armas, caixas, marfins e até painéis de azulejos, o último dia é, como sempre, dedicado às pratas e jóias. Destaque para um açucareiro com três pés D. José/D. Maria, peça original com marca de ensaiador, que pode custar entre 2500 e 3750. Os lotes podem ser vistos de dia 10 a 14, no espaço da leiloeira, na Rua Miguel Lupi, 12D, em Lisboa.

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