Governo não prevê reduzir taxa legal de alcoolemia
"É minha convicção de que o combate à sinistralidade rodoviária não depende de alterações legais, mas sim de boas práticas", argumentou Rui Pereira. O ministro da Administração Interna, que falava aos jornalistas à margem do colóquio "Os Jovens, o Álcool e a Segurança Rodoviária", que decorreu no Parlamento, reagia à proposta de redução da taxa de alcoolemia dos actuais 0,5 gramas por litro de sangue para 0,2 para certas categorias de condutores, nomeadamente, recém-encartados e profissionais de transporte. "Essa medida não está em cima da mesa. Não interessa haver normas se depois não houver prática e fiscalização", reiterou, acrescentando que "não chega haver prevenção, mas também repressão quando os condutores adoptam comportamentos de risco".
No entanto, para o secretário-geral da ANEBE, Mário Barreto, uma redução do limite legal da taxa de alcoolemia "seria uma mensagem pedagógica interessante" que o Governo estaria a dar aos condutores. "A ANEBE já há vários anos, desde que essa medida foi falada pela primeira vez no Governo de António Guterres, foi das poucas entidades que a defendeu. Não vemos qualquer problema que certas categorias de condutores vejam reduzida a sua taxa de alcoolemia permitida", sustentou. O responsável da ANEBE adiantou ainda que a associação está a preparar um programa de educação dirigido a profissionais do sector da restauração que pretende prevenir a venda de álcool a menores e a pessoas que aparentem estar embriagadas.
"Em todos os estabelecimentos vemos um papel que informa dessa proibição, mas sabemos que nem todos os estabelecimentos cumprem. A nossa ideia é começar por dar formação a quem vai trabalhar na noite. É necessário dar ferramentas a quem vai estar atrás de um balcão", defendeu.