Governo garante 1300 empregos com apoio a seis empresas
O governo aprovou ontem um pacote de incentivos fiscais a seis empresas industriais estrangeiras que operam em Portugal. Os benefícios ajudam a assegurar um investimento previsto de 515 milhões de euros. Ao todo, o governo segura no país 1800 postos de trabalho, a maioria a norte - 525 são novos empregos e outros 800 são postos de trabalho já existentes e que agora ficam assegurados de forma mais duradoura.
"É o maior conjunto de investimentos dos últimos dois anos. São 215 milhões de euros em investimentos em áreas tão diferentes como automóvel, plástico, fabricação de chapas de metal ou a indústria do turismo", detalhou o ministro Manuel Caldeira Cabral, ontem, no final da reunião semanal de ministros.
Confirma-se assim a notícia avançada pelo DN/Dinheiro Vivo esta semana e que dava conta da finalização das minutas de apoio a empresas industriais para aprovação esta quinta-feira pelo governo de António Costa. Ao todo, a benesse fiscal vai chegar a seis grupos estrangeiros. À Faurecia e Eurocast, como noticiado, juntam-se ainda a Fibose Portuguesa, Celtejo, Celulose Beira Industrial e Waratah.
Caldeira Cabral lembra que estes negócios já tinham os seus processos de investimento em curso, a que agora, pela "sua relevância para a modernização, inovação e para o crescimento da economia portuguesa e para a criação de emprego", o governo se associa com a atribuição de um pacote de benefícios fiscais, cujo montante não foi revelado.
A Eurocast, por exemplo, está a ultimar a nova fábrica de Estarreja, que envolve um investimento de 50 milhões de euros e promete a criação de 170 novos postos de trabalho. No Eco-Parque Empresarial de Estarreja está prevista a fundição de alumínio injetada para componentes automóveis, que servirá os mercados nacional e internacionais. Esta será a maior zona de produção do grupo GMD com 21 mil metros quadrados.
Não é só. Também a expansão da Faurecia, em Bragança, vai ser apoiada. Até 2018, a multinacional francesa prometeu criar 400 novos postos de trabalho em Bragança além dos 850 que já emprega. Na empresa de escapes para automóveis, que já é o maior empregador daquele distrito, a grande promessa é agora a segunda unidade fabril que começou a laborar em setembro depois de um investimento de 41,5 milhões. Neste espaço vão servir-se marcas como a Jaguar Lang Rover, a Nissan e a Renault.
A Celulose Beira Industrial recebe o apoio para promover a instalação de uma nova linha de descasque e destroçamento de rolaria de madeira, enquanto a Celtejo prevê uma redução nas emissões de gases poluentes; e a Fibose para a implementação de tecnologia de produção de filme biorientado. Por fim, na Waratah, a ajuda servirá para o navio-hotel que já tinha tentado um apoio do Portugal 2020, e que recebeu um incentivo de 35%, segundo a diretora-geral anunciou recentemente. "Lançámos isto em janeiro e, em maio, tínhamos tudo vendido. Serão mais 2700 turistas por ano a entrar aqui. O Douro está muito popular a nível mundial", disse Maria Andrada, à Visão.
Caldeira Cabral lembra que neste regime contratual "as empresas se comprometem com questões de transferência de tecnologia, inovação e de criação e manutenção de postos de trabalho". As exportações, lembra o ministro, também irão beneficiar deste novo investimento.