Nova ponte sobre o Douro vai custar 50 milhões de euros. "Há um depois da covid-19", diz Costa

A nova travessia para ligar o Porto e Gaia através de metro deve ficar entre as pontes da Arrábida e Luís I e servirá uma nova linha de Vila Nova de Gaia, entre a Casa da Música e Santo Ovídeo. "Temos de começar a reconstruir o amanhã dos portugueses, há um depois da covid-19", disse o primeiro-ministro.
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O concurso público para a conceção de uma nova ponte sobre o rio Douro, que permitirá concretizar a chamada "segunda linha" de metro de Vila Nova de Gaia foi lançado esta terça-feira, no Porto, com a presença do primeiro-ministro.

"Há um depois da covid-19", disse António Costa durante a cerimónia, em que foram também, consignadas as empreitadas das linhas Rosa e o prolongamento da Amarela do Metro do Porto.

"A partir de agora são mesmo as empresas adjudicatárias que tomam em mãos esta responsabilidade", afirmou o primeiro-ministro.

Um projeto que apesar de causar "muito incómodo", com barulho e a necessidade de fechar o trânsito, disse Costa, vai dinamizar a economia, proporcionar a criação de postos de trabalho e é uma obra "que fica para o futuro".

A pensar no país pós pandemia, mas sem esquecer como Portugal foi e está a ser afetado pela covid-19. "Estamos a viver momentos terríveis que nunca ninguém sonhou. Estamos melhor do que há dois meses", disse, referindo que o combate contra o vírus não terminou, apesar do primeiro passo dado na segunda-feira para o desconfinamento após "uma terrível terceira vaga"

"Temos de começar a reconstruir o amanhã dos portugueses, há um depois da covid-19", destacou Costa.

O primeiro-ministro aproveitou para elogiar a União Europeia na resposta à crise provocada pela pandemia. "Ao contrário do que aconteceu na anterior crise, a resposta foi aumentar o investimento publico", enfatizou no lançamento da nova travessia sobre o Douro.

No evento, foi feito o lançamento do concurso público internacional de conceção da nova ponte, exclusiva para o metro, e a abertura de um concurso de ideias para o projeto, cujo júri é composto por 11 elementos que serão revelados esta terça-feira, conforme conta do convite enviado à imprensa pela tutela. De acordo com a TSF, Eduardo Souto de Moura, Alexandre Alves Costa, Inês Lobo e o professor Rui Calçada fazem parte do júri.

O Ministro do Ambiente e da Ação Climática refere à rádio que este não será um projeto simples. "Temos pressa em fazer estes investimentos para que a economia possa recuperar após a pandemia, mas há coisas que não se conseguem fazer depressa e uma delas é uma ponte sobre o rio Douro, entre duas fragas no Porto e em Gaia, a 500 metros a poente da obra maior do Edgar Cardoso, que é a Ponte da Arrábida, e a nascente da Ponte Luís I, que é uma ponte da escola do Eiffel. Tem que ser um projeto muito cuidado", afirmou João Pedro Matos Fernandes sobre aquela que será a primeira grande obra do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Trata-se de um "desafio técnico extraordinário" e o ministro acredita que será possível "atrair os melhores projetistas de pontes do mundo" num concurso mundial de ideias para projetistas de pontes.

Matos Fernandes espera que, tal como as outras pontes do Douro, esta nova travessia também seja um "ícone da cidade".

De acordo com a TSF, as propostas dos projetos têm quatro meses para ser apresentadas e serão elas que irão dar um cálculo final do custo da obra e da sua exequibilidade, embora o Governo tenha uma estimativa de cerca de 50 milhões de euros.

A nova travessia para ligar o Porto e Gaia através de metro deve ficar entre as pontes da Arrábida e Luís I e servirá uma nova linha de Vila Nova de Gaia, entre a Casa da Música e Santo Ovídeo.

A ponte será para uso do Metro, mas com passeios "generosos" para atravessar o rio a pé e de bicicleta, ligando o Campo Alegre, no Porto, ao Arrábida Shopping, em Vila Nova de Gaia, pormenoriza a TSF .

Além do primeiro-ministro, António Costa, na apresentação está também prevista a presença do ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, e do secretário de Estado da Mobilidade, Eduardo Pinheiro.

No evento são também consignadas as empreitadas das linhas Rosa e prolongamento da Amarela do Metro do Porto.

No que se refere à Linha Amarela, em causa está o prolongamento de Santo Ovídeo a Vila D'Este, em Gaia, enquanto a Linha Rosa constitui um novo trajeto no Porto entre a zona de S. Bento/Praça da Liberdade e a Casa da Música.

Sobre a empreitada em Vila Nova de Gaia, o presidente da câmara, Eduardo Vítor Rodrigues, revelou na segunda-feira, à margem de uma reunião de câmara, que "arranca esta semana a montagem dos estaleiros", sendo que um ficará perto do Hospital de Gaia, próximo da rotunda de Vila D'Este, estando um segundo previsto para Santo Ovídeo, junto ao campo de ténis local.

A cerimónia de hoje decorrerá nos Jardins do Palácio de Cristal, com início às 11:00 e será "restrita", estando "reduzida a dois representantes de cada município", disse o presidente da câmara de Vila Nova de Gaia, referindo-se ao seu concelho e ao do Porto, cidades que ficam nas margens do rio Douro.

Fonte oficial da Metro do Porto revelou à agência Lusa a 3 de março que o Tribunal de Contas (TdC) deu luz verde às empreitadas de construção da Linha Rosa e de prolongamento da Linha Amarela até Vila d' Este.

O visto do TdC foi dado aos contratos assinados, em novembro, entre a Metro do Porto e o consórcio Ferrovial/ACA, por um valor global de 288 milhões de euros.

Deste valor, 189 milhões destinam-se à Linha Rosa, no Porto, e 98,9 milhões ao prolongamento da Amarela, entre Santo Ovídeo e Vila D' Este.

"O investimento global nos dois projetos ronda os 407 milhões de euros -- incluindo expropriações, projetos, fiscalização, equipamento e sistemas de apoio à exploração", disse à Lusa a metro do Porto a 3 de março.

A nova Linha Rosa (Circular) integrará quatro estações e cerca de três quilómetros de via.

Esta ligação, entre a zona de S. Bento/Praça da Liberdade e a Casa da Música, passa pelo Hospital de Santo António, Pavilhão Rosa Mota, Centro Materno-Infantil, Praça de Galiza e polo universitário do Campo Alegre.

O prolongamento da Linha Amarela entre Santo Ovídeo e a zona residencial de Vila d' Este vai permitir construir um troço com três estações e cerca de três quilómetros, passando pelo Centro de Produção da RTP e pelo Hospital Santos Silva.

Atualmente, a rede tem 67 quilómetros, com seis linhas que servem sete concelhos e 82 estações, movimentando anualmente mais de 71 milhões de clientes (valor reportado a 2019, o último exercício antes da pandemia).

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