Governo diz não poder julgar Musharraf por traição
Um tribunal paquistanês prolongou, no sábado, a detenção de Musharraf por duas semanas. O ex-presidente é suspeito de afastamento ilegal de juízes, depois de ter imposto o estado de emergência em 2007. Uma decisão que acelerou a sua saída do poder, um ano depois.
Musharraf é também suspeito noutros processos, como a morte do líder independentista da província do Baluchistão, Akbar Bugti, e da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto.
Os advogados paquistaneses tentam ainda convencer o Supremo Tribunal a julgá-lo por "alta traição", um crime passível da pena de morte ou prisão perpétua, por ter decretado o estado de emergência em 2007.
No Paquistão, apenas o Estado tem o direito de pedir à justiça que inicie um processo por "alta traição", de acordo com os peritos legais. O Governo interino, no poder desde o início da campanha eleitoral em finais de março para as legislativas de 11 de maio, diz não ter capacidade para o fazer.
"Considerar, deliberar ou iniciar procedimentos legais ligados ao artigo 6 da Constituição [que se refere aos casos de alta traição] não faz parte do mandato do Governo interino", segundo um comunicado.
A candidatura de Musharraf às legislativas foi rejeitada na semana passada por um tribunal local, que argumentou que o general "violou a Constituição" numa altura em que estava no poder.