No final da missão ao abrigo do Artigo IV, que terminou hoje, o FMI alertou para que as pressões para atenuar as reformas feitas durante o programa de ajustamento, como no mercado de trabalho, podem prejudicar o crescimento da economia portuguesa, que estima agora que cresça 2,3% este ano.."O Governo reafirma o seu empenho em prosseguir um esforço reformista, colmatando falhas passadas e projetando o futuro, consciente dos riscos que o FMI identifica como maioritariamente externos", afirma o Ministério das Finanças em comunicado..Para a missão liderada por Alfredo Cuevas, os riscos que podem limitar o crescimento da economia portuguesa estão sobretudo do lado externo e "aumentaram recentemente", como, por exemplo, a incerteza política em Itália, que está a afetar os mercados europeus, ou um eventual crescimento da zona euro menos favorável..Por outro lado, o FMI destaca também os receios a nível interno, considerando que "o principal risco é ceder a pressões para erodir os esforços de reformas anteriores, que facilitaram o sucesso da recuperação vista até agora"..Para o Fundo, as reformas no mercado de trabalho tomadas durante o programa de ajustamento "promoveram que a recuperação económica que está a decorrer tenha uma forte componente de criação de emprego"..Nesse sentido, "introduzir novas rigidezes ou reintroduzir antigas pode prejudicar a competitividade e a produtividade e tornar mais difícil para as empresas gerirem as flutuações da procura", considera o FMI. .Para garantir o ímpeto reformista, o Ministério das Finanças afirma que se vai apoiar na implementação do Programa Nacional de Reformas, [documento] orientado para aumentar o crescimento potencial da economia e consolidar os progressos alcançados no setor financeiro, no mercado de trabalho, e no equilíbrio das contas públicas e das contas externas".