Governador do Novo México aboliu a pena de morte
O Novo México torna-se, assim, o 15º Estado norte-americano a suprimir a punição suprema, anunciou o seu gabinete.
Sexta-feira passada, o Senado do Novo México aprovou a abolição da pena de morte por 24 votos contra 18, depois da câmara baixa do Parlamento ter votado a favor desta proposta de lei.
Richardson podia ainda vetar o texto e deixou permanecer a dúvida sobre as suas intenções, mas quarta-feira, num comunicado, sublinhou ter reflectido longamente no assunto.
"Hoje marcámos o fim de um longo percurso entre o assunto da pena de morte e eu. Durante toda a minha vida de adulto, acreditei com firmeza que a pena de morte era uma punição justa, em casos muito raros, e apenas para aos crimes mais abjectos. Continuo a acreditar nisso", precisou Richardson, de 61 anos.
"Mas há seis anos, quando assumi as minhas funções de governador do Estado do Novo México, comecei a colocar em causa as minhas opiniões sobre a pena de morte", indicou ainda Bill Richardson.
"O problema tornou-se mais tangível para mim porque sabia que chegaria o dia em que uma de duas coisas aconteceria: Fosse tomar uma decisão sobre um projecto de lei para abolir a pena de morte, fosse, (numa perspectiva) mais difícil, assinar a pena de morte de alguém", acrescentou o político, antigo candidato à investidura do seu partido à Casa Branca.
"Qualquer que seja a minha opinião sobre a pena de morte, não tenho suficiente confiança no sistema judicial, no seu funcionamento actual, para ser o árbitro final quando se trata de decidir quem morre e vive após um crime. Se o Estado tomar esta decisão extraordinária, o sistema deve ser perfeito e nunca pode enganar-se", defendeu o responsável.
"Mas a realidade é que o sistema não é perfeito, longe disso. O sistema é por natureza defeituoso. As análises de ADN provaram-no. Inocentes foram colocados no corredor da morte em todo o país", observou, retomando um dos argumentos dos opositores à pena capital.