GNR investiga condições de alojamento de trabalhadores
Os operários de construção civil, armadores de ferro, são naturais de países africanos e afrodescendentes e apontam o dedo à empresa Açomonta, que acusam de ali os ter colocado desde meados de maio, sem água, muitas vezes sem eletricidade, nem condições sanitárias.
Segundo João Sousa, comandante da GNR da Covilhã, o pavilhão inacabado da zona industrial do Tortosendo chegou a albergar "uma antiga empresa" ligada a equipamentos eletromecânicos e terá sido "alugado por uma imobiliária", mas os termos em que tudo se passou "estão ainda a ser apurados", assim como as pessoas envolvidas, disse.
A GNR teve conhecimento da situação através de contactos informais "de outros trabalhadores de firmas da zona industrial", aos quais os operários da construção civil pediram para encher garrafões de água, referiu, sem precisar a data desses primeiros contactos.
Outros funcionários da área estranharam ver "roupa estendida nas grades e mato em redor do pavilhão ocupado".
A situação dos cerca de 50 operários foi denunciada na edição online do Jornal do Fundão e os operários contaram no local à agência Lusa, na quarta-feira, que receberam promessas de que iriam sair do pavilhão "em breve".
Apesar das tentativas, a agência Lusa ainda não conseguiu obter esclarecimentos da empresa Açomonta.
O centro de dados da Portugal Telecom tem inauguração prevista até final do ano e será um dos maiores do mundo, funcionando como uma "caixa-forte" de dados informáticos de empresas a nível global.
O consórcio Opway/Somague venceu o concurso para a construção e a empresa Açomonta é uma das subempreiteiras, no caso, responsável pela armadura em ferro do edifício do centro de dados.