Nas juntas de freguesia, em centros de dia, na igreja e, até, na própria casa do idoso que viva mais isolado. A GNR quer chegar, durante o próximo mês, aos alvos mais apetecíveis de burlões bem vestidos e enganadores. O objectivo é que os idosos saibam reconhecer quem os engana e evitem entregar o dinheiro que pouparam durante toda a vida.."É frequente as equipas especiais da GNR fazerem este tipo de trabalho localmente. Uma ou duas vezes por ano tentamos que esta acção se concretize a nível nacional", disse ao DN o major Afonso. A acção, que começou ontem e termina a 15 de Novembro, deverá decorrer em todos os locais de responsabilidade da GNR. ."Vamos a centros de dia, a sedes de freguesias onde os idosos ainda vivam nas suas casas e nos locais mais isolados vamos bater porta a porta", explicou. Os dados relativos a este tipo de crime mostram que o trabalho da GNR não é em vão. No ano passado, ocorreram 188 casos de burla na área da GNR, e até 30 de Setembro deste ano contaram-se 114 - menos dez que em igual período do ano passado. .Ainda assim, o oficial admite que muitos casos não chegam a ser denunciados. É que, com tanta informação, ainda há idosos que têm vergonha de admitir que caíram no conto-do-vigário..As estratégias para convencer a população mais idosa a entregar as poupanças de uma vida são várias. Os burlões apresentam-se, sempre, bem vestidos, em carros topo de gama e são bem falantes. E os motivos da visita são os mais diversos: desde a perda de validade do euro, a recolha dos acertos na conta da água, da luz ou gás ou o cartão de isenção de pagamento nas farmácias. .No distrito de Viana do Castelo, segundo o major António Prazeres, os militares de cada destacamento vão começar por estabelecer contactos com juntas de freguesia, párocos, centros de dia e lares de terceira idade para agendar as acções de sensibilização..Conselhos que vão desde nunca confiar em estranhos até não ter muito dinheiro em casa ou evitar exibir objectos de valor, entre outros, vão também ser transmitidos pelos militares da GNR..Sempre que for abordado por um alegado técnico de qualquer entidade não hesite em pedir identificação. Na dúvida, telefone para a sede do serviço em causa e confirme se existe mesmo um funcionário com o nome do suspeito. Se não existir, o mais provável é que o burlão já tenha fugido antes de terminar o telefonema.