GNB Seguros Vida passa de lucro a prejuízo de 53,6 ME em 2018

A GNB Seguros Vida registou 53,6 milhões de euros de prejuízo em 2018, o que compara com um lucro de 8,7 milhões em 2017, divulgou hoje ao mercado a ex-seguradora do grupo Novo Banco.
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"A GNB Vida apresentou um resultado líquido (...) negativo de 53,6 milhões de euros em termos consolidados", pode ler-se no relatório e contas enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Em termos individuais, o prejuízo foi de 56,4 milhões de euros.

De acordo com a seguradora, "os dois principais efeitos que influenciaram negativamente" o resultado foram "perdas registadas em fundos de investimento imobiliário no valor de 20,0 milhões de euros nas contas individuais" e "23,6 nas contas consolidadas", e ainda a previsão da venda dos fundos imobiliários geridos no GNB (Grupo Novo Banco) ao Novo Banco, no âmbito da venda da seguradora à Bankers Insurance, por 190 milhões de euros, anunciada em 12 de setembro de 2018.

"Apesar dessa venda não gerar valias adicionais para a companhia, dará origem ao reconhecimento das perdas fiscais que apenas são tributadas no momento da alienação", e que, "de acordo com as projeções de resultados da companhia, não serão 100% aproveitadas para diminuição de lucros fiscais futuros", explica a GNB Seguros Vida.

Assim, "fruto dessa perda de diferenças fiscais temporárias, a companhia reconheceu já no exercício de 2018 a perda de impostos diferidos com impacto negativo no resultado de 2018 de 28,5 milhões de euros", explica a seguradora.

"Sem os dois efeitos acima referidos, o resultado individual e consolidado do exercício teriam sido negativos de 7,9 milhões de euros e 1,7 milhões de euros, respetivamente", de acordo com o relatório e contas.

A GNB Seguros Vida adianta ainda que de acordo com as regras da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) "não são reconhecidas provisões para estimativas de insuficiência de rendimento", e que se a seguradora "tivesse registado os seus passivos a valor de mercado (...) e considerado em resultados a flutuação da reserva de reavaliação (líquida de imposto)" o seu resultado líquido individual e consolidado seria negativo em 48,8 milhões de euros em 2018.

Em suma, para a seguradora, o resultado líquido individual e consolidado de 2018 "teria sido de zero milhões de euros" se estas duas circunstâncias não se verificassem.

A atividade da GNB Seguros Vida "registou um ligeiro abrandamento" em 2018, o que "conduziu a uma redução de 1,4% do volume de responsabilidades sob a sua gestão", de acordo com o relatório e contas.

Os custos operativos, segundo o documento, diminuíram 13,8% face a 2017, "na sequência da manutenção das medidas de redução de custos".

O volume de negócios da GNB Vida ascendeu a 371,0 milhões de euros, um acréscimo de 148,5% face a 2017, ano em que o volume totalizou 149,3 milhões, graças a um "aumento da produção de seguros PPR, no montante de cerca de 167,9 milhões de euros, quer ao aumento de seguros de capitalização no montante de cerca de 53,8 milhões de euros", pode ler-se no documento.

Relativamente a prémios brutos, apresentaram um "acréscimo significativo" de 199,5%, totalizando 283,8 milhões de euros em 2018, o que compara com 94,8 milhões em 2017.

As provisões técnicas apresentaram um aumento de 7,9% em 2018, passando de 1.257 milhões de euros em 2017 para 1.357 milhões no ano seguinte, "devido essencialmente ao aumento a provisão matemática no ramo vida e à provisão para compromissos de taxa".

Contudo, "considerando a totalidade dos produtos", adianta a seguradora, "as provisões matemáticas, de 4.073,7 milhões de euros, apresentam um ligeiro decréscimo em relação a 2017, de 1,9%"

Acompanhando este decréscimo, as rubricas de ativo referentes à liquidez, investimento e outros ativos tangíveis da seguradora "registaram uma redução de 3,4%".

Os custos de exploração também subiram, de 24,5 milhões de euros em 2017 para 24,9 milhões em 2018, resultado de "um aumento nos custos imputados à função aquisição".

Os custos com sinistros registaram uma diminuição de 16,6%, passando de 189,3 milhões de euros em 2017 para 157,8 milhões em 2018, com a mudança a ser "fortemente influenciada pela evolução no seguro direto (-15,6%)".

A rubrica de Custos e Gastos Gerais por Natureza a Imputar, também registou uma queda, mas 2,8%, passando de 17,5 milhões de euros em 2017 para 16,9 milhões em 2018.

Em termos de recursos humanos, o número de trabalhadores da GNB Vida manteve-se nas 54 pessoas em 2018, entre efetivos, contratos a termo e estágios.

Em 12 de setembro de 2018, o Novo Banco comunicou que vendeu a totalidade do capital social da GNB -- Companhia de Seguros de Vida à norte-americana Bankers Insurance Holdings por 190 milhões de euros, continuando a distribuir estes seguros.

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