Gestora internacional de alojamento local considera zonas de contenção "uma iniciativa bem-vinda"

A GuestReady gere 200 alojamentos em Portugal e só no Porto quer ter mais 130 até ao final do ano. Empresa diz que os hóspedes procuram "viver como um local", e por isso as medidas de Fernando Medina não são um obstáculo.
Publicado a
Atualizado a

Querem oferecer um serviço de hotel, disponível 24 horas por dia e com atenção ao pormenor. O perfil do proprietário português - os hosts como são chamados no mundo do alojamento local - é traçado por Alexander Limpert, CEO e co-fundador da GuestReady, gestora de alojamentos para turistas em Portugal. "Esforçam-se por garantir que todos os detalhes estão assegurados para que os hóspedes tenham uma óptima experiência durante a sua estadia", conta ao Dinheiro Vivo.

Em apenas três anos, a startup de gestão de alojamento para turistas garantiu um portefólio imobiliário avaliado em cerca mil milhões de euros. Em Portugal, onde opera há apenas um ano, contam-se mais de 200 propriedades com um valor de mercado que ronda os 51 milhões de euros, avança o responsável. Portugal está na lista dos países onde a GuestReady está a crescer mais depressa e, em 12 meses de operação, as reservas feitas nos alojamentos que administra representaram 6,68 milhões de dólares, à volta dos 6,05 milhões de euros.

O Porto tem sido uma boa surpresa. "Lançámos operação no Porto em outubro de 2018 seguindo a indicação do António Fragateiro, da GuestReady Portugal. E, logo depois, em dezembro, adquirimos os Oporto City Flats. Estamos a testemunhar um crescente interesse dos investidores no Porto. A cidade foi aclamada como o terceiro hub tecnológico que mais cresce e a cidade mais amiga das startups na Europa. No final do ano queremos ter a gestão de 130 alojamentos só no Porto", destaca Alexander Limpert.

E não é só a Invicta. "O mercado imobiliário português não para de crescer", reconhece o responsável, lembrando que a Bloomberg considerou Portugal como o País com o imobiliário "mais quente da Europa" e, por isso, chamariz de investidores de todo o mundo.

Limpert, que já conta com uma equipa de 30 pessoas no mercado português, não revela se está a preparar a entrada da GuestReady noutras cidades do País. Acrescenta, porém, que "ainda há muitas oportunidades para crescer em Portugal através da aquisição de novas propriedades em Lisboa e Porto".

E nem as zonas de contenção de Fernando Medina parecem ser um obstáculo: "Os nossos hóspedes procuram 'viver como um local' e, ao limitar o número de espaços para alojamento de curta duração a turistas, os turistas podem continuar a beneficiar da sua experiência", afirma. "Tem tudo a ver com manter o equilíbrio entre o número de turistas e de locais que vivem na área. É uma iniciativa bem-vinda."

A gestora oferece um serviço de chave na mão. A ideia nasceu em 2016 como tantas outras startups: a partir de uma necessidade pessoal. "Foi a minha experiência na primeira pessoa, enquanto anfitrião do Airbnb, que me inspirou a criar um serviço que simplificasse o processo de aluguer. Comecei a estudar a forma como o software podia ajudar a reduzir o tempo gasto a listar as propriedades em vários sites, a gerir os check-ins e check-outs dos clientes, a limpar e a manter a propriedade, mantendo ao mesmo tempo um serviço cinco estrelas para proprietários e clientes", conta o responsável de 33 anos. Desde então a empresa tem crescido e, neste momento conta já com 150 funcionários.

O crescimento também se fez através de aquisições, como a que aconteceu com a Oporto City Flats no Porto. E, em junho, Limpert fechou um investimento de seis milhões de dólares liderada pelo Impulse VC, o fundo de capital de risco do multimilionário dono do Chelsea, Roman Abramovich.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt