Philippe Ponties vai começar agora a planear os termos operacionais da missão, cuja intervenção foi hoje aprovada em Nova Iorque pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas..A resolução, adotada por unanimidade pelos 15 membros do Conselho de Segurança da ONU, permite que o contingente europeu use "de todas as medidas necessárias" para proteger os civis daquele país..Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 28 Estados-membros da UE acordaram no passado dia 20 de janeiro o envio de até 1.000 militares para ajudar no processo de estabilização da RCA..Será a primeira grande missão militar do bloco comunitário nos últimos seis anos..A força da UE pretende contribuir, durante um período até seis meses, para a segurança e estabilidade da zona da capital centro-africana Bangui..A missão europeia vai apoiar os 4.000 militares africanos da Misca (força da União Africana, que deverá subir para 6.000 elementos) e os 1.600 soldados franceses da operação Sangaris que já estão no terreno a tentar travar os confrontos violentos entre milícias cristãs e muçulmanas..Citado pela agência France Presse, o embaixador francês nas Nações Unidas, Gerard Araud, afirmou que a resolução do Conselho de Segurança é "uma nova etapa" nos esforços para ajudar a RCA a sair de um conflito que ameaça a vida de milhares de pessoas, das quais 900 mil já foram obrigadas a fugir das respetivas casas..Entretanto, a presidente de transição da RCA, Catherine Samba Panza, anunciou hoje em declarações à rádio RTL que irá "pedir uma operação de manutenção de paz das Nações Unidas" para reforçar o dispositivo militar internacional atualmente destacado no território centro-africano.."Apesar da presença dos elementos [franceses] da operação Sangrais e [africanos] da Misca, os abusos continuam tanto em Bangui como no interior do país. Isto significa que estas tropas não têm homens suficientes para restabelecer e garantir a segurança das populações", afirmou Samba Panza, eleita a 20 de janeiro pelo parlamento da RCA..A RCA, país com 4,5 milhões de habitantes, entrou numa espiral de violência intercomunitária e inter-religiosa desde o golpe de Estado de março de 2013 realizado pela coligação rebelde Séléka, dirigida por Michel Djotodia e com origem na minoria muçulmana, que afastou do poder o Presidente François Bozizé..Djotodia tornou-se o primeiro Presidente muçulmano deste país maioritariamente cristão, mas demitiu-se no passado dia 10 de janeiro por pressão internacional por não conseguir travar os confrontos entre cristãos e muçulmanos.