Gangue de Alfama conhece hoje acórdão

Dezanove suspeitos de integrarem um grupo organizado e conhecido como "gangue de Alfama", acusados de aterrorizar, roubar e agredir moradores, comerciantes e turistas naquele bairro de Lisboa, conhecem hoje o acórdão do julgamento, no Campus da Justiça.
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A leitura do acórdão está agendada para as 16:00, na 7.ª Vara Criminal de Lisboa. Fonte judicial adiantou à agência Lusa que "vários arguidos" se encontram em prisão preventiva ao abrigo deste processo.

Segundo a acusação do Ministério Público (MP), o grupo, constituído por jovens, terá cometido dezenas de assaltos e roubos "violentos" a residências, estabelecimentos comerciais, restaurantes e turistas, entre março de 2011 e fevereiro de 2012, causando "grande perturbação da ordem e segurança públicas".

Para o MP, os 19 arguidos "agiriam de forma concertada, levando a cabo diversos ilícitos contra o património de terceiros, mantendo sob terror a população local".

Grande parte dos arguidos residia no bairro de Alfama e, dado o número de elementos do grupo e a forma violenta da sua atuação, "criavam um ambiente de medo na zona", acrescenta a acusação.

O MP sustenta que os arguidos "utilizavam técnicas de imobilização suscetíveis de provocar lesões aos ofendidos", possuindo alguns deles "conhecimentos e técnicas de uma arte marcial".

A atividade criminosa do alegado "gangue de Alfama" terá cessado em março de 2012, após o juiz de instrução criminal ter aplicado a medida de coação de prisão preventiva a seis dos principais arguidos e a prisão domiciliária a outros dois elementos.

Na ocasião, fonte da PSP disse à agência Lusa que alguns dos detidos eram suspeitos da autoria de vários sequestros em que retiravam os cartões multibanco às vítimas, obrigando-as a fornecer o código do cartão para posteriormente levantarem dinheiro em caixas ATM.

Enquanto alguns elementos do grupo procediam aos levantamentos de dinheiro, outros mantinham as vítimas presas "sob ameaças de morte e agressões físicas".

Segundo a PSP, os comerciantes vítimas do grupo eram coagidos a fazer entregas de dinheiro e sujeitos a perseguições, o mesmo acontecendo às suas famílias.

Os suspeitos terão conseguido furtar mais de 11 mil euros em equipamentos eletrónicos (telemóveis e máquinas fotográficas), em tabaco, em bebidas alcoólicas e em dinheiro.

Durante a investigação foram realizadas seis buscas domiciliárias, das quais resultaram a apreensão de vestuário alegadamente utilizado durante os crimes, a réplica de uma pistola, uma pistola de alarme e diverso material eletrónico.

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