Galp está a negociar há alguns meses compra da rede Esso
Empresa conta com a concorrência de outras petrolíferas europeias
A Galp está a negociar há mais de três meses a compra de activos da Exxon Mobil em Portugal e Espanha, nos quais se inclui a rede de distribuição de combustíveis da marca Esso espalhada pelos dois países, confirmaram ao DN fontes ligadas ao processo. A petrolífera, no entanto, não quis fazer qualquer comentário sobre o assunto. Se a empresa portuguesa conseguir ficar com a rede da Esso, significa que ficará também com mais de 600 postos de combustível no país vizinho e com uma quota de mercado superior a 7%. Isto se somarmos às 87 estações de serviço que a Esso tinha em 2006 em Espanha, de acordo com informações do BPI, os cerca de 220 postos que a Galp tem e mais os 300 da rede Agip, que a petrolífera deverá adquirir em breve.
A possibilidade de a Galp estar interessada na aquisição dos activos da Exxon Mobil em Portugal e Espanha foi avançada ontem no Iberian Daily do BPI. A petrolífera terá contratado um banco de investimento para preparar a proposta. Na corrida àquela compra, a Galp conta, contudo, com a concorrência de outras congéneres europeias.
Já a aquisição da rede da Agip à sua accionista italiana ENI está bem mais avançada. Em declarações aos jornalistas há mais de um mês, em Madrid, Ferreira de Oliveira disse que a concretização do negócio estava apenas dependente da luz verde das autoridades de concorrência comunitárias, mas também admitiu que o processo de avaliação da rede ainda não estava concluído. Mesmo assim, pelas suas contas, o negócio estará concluído até ao final do primeiro semestre deste ano.
O acordo para a aquisição daqueles activos foi assinado já no ano passado. No entanto, as partes acordaram que o valor da transacção seria definido por três bancos de investimento, seleccionados por ambas. Os bancos já estão seleccionados, mas a avaliação é que ainda não está concluída.
Contudo, segundo fontes da Galp, a compra da rede da Agip em Portugal e Espanha deverá representar para a petrolífera portuguesa um investimento de cerca de 300 milhões de euros.
A Galp Energia, que vendeu em 2006 cerca de 2,5 milhões de toneladas de produtos petrolíferos, espera passar a vender 5 milhões de toneladas por ano depois da compra da Agip, o que lhe dá uma quota de 7%, de acordo com uma apresentação feita pelo presidente executivo da empresa em Madrid.
Já em Portugal, onde a Galp detém cerca de 820 postos de venda de combustíveis, esta aquisição não representa um crescimento tão significativo para o negócio. Porque a Agip tem uma rede de apenas 60 postos em Portugal.
O mesmo se passa relativamente à compra da rede da Esso. O objectivo da Galp é crescer em Espanha para ficar entre as maiores distribuidoras de combustíveis no mercado vizinho. E para crescer precisa de fazer aquisições. Com agências