Galp apresenta hoje projecto de mil milhões
A Galp Energia apresenta hoje o projecto de reconversão das suas refinarias, um investimento total de mil milhões de euros, mais 300 milhões do que o inicalmente previsto e anunciado, em Janeiro, pelo presidente executivo da petrolífera, Marques Gonçalves.
Na altura, o CEO da Galp apontava para um investimento da ordem dos 700 milhões de euros na refinaria de Sines para alterar a "taxa de conversão", de modo a produzir mais gasolina (sobretudo para exportação), gasóleo (em que Portugal é deficitário) e jet para a aviação, em detrimento do fuel. Dos 700 milhões, 500 destinavam-se ao investimento na coluna de refinação e os restantes 200 a equipamentos adjacentes.
Marques Gonçalves disse igualmente que esperava que o mercado nacional fosse auto-suficiente em gasóleo em 2010 graças a este reforço de investimento por parte da empresa na área da refinação.
Recorde-se que, ainda em 2005, a Galp teve de importar 500 mil toneladas de gasóleo para abastecer o mercado.
O projecto da Galp Energia é anunciado um dia depois de o ministro da Economia, Manuel Pinho, ter afirmado que o projecto de Patrick Monteiro de Barros não receberá o apoio do Governo se não for reformulado. Fontes do sector disseram ao DN que esta é uma oportunidade que a Galp não pode desperdiçar e que este projecto da petrolífera terá sido acelerado devido à pressão que representava o projecto da refina- ria de Patrick Monteiro de Barros.
Aliás, o presidente executivo da Galp já tinha vindo a público exigir, para o seu projecto de Sines, tratamento idêntico ao que tinha sido dado pelo Governo, em termos de incentivos, ao projecto de Patrick Monteiro de Barros.
Na altura, Marques Gonçalves sublinhou que não temia a concorrência desde que existissem iguais condições na atribuição de direitos de emissão de dióxido de carbono (C02), de abastecimento e fornecimento de energia e de incentivos financeiros.
O projecto de reconversão destina-se sobretudo à refinaria da Galp em Sines, mas não quer dizer que não abranja também algumas das áreas da unidade de refinação de Matosinhos.
Este é um dos principais projectos do plano estratégico da petrolífera, já aprovado pelos seus accionistas, que envolve investimentos globais da ordem dos três mil milhões de euros, totalmente elaborado pela actual administração executiva da empresa presidida por Marques Gonçalves.
Com a entrada de Manuel Ferreria de Oliveira, ex- presidente da Petrogal e actual presidente do grupo cervejeiro Unicer na comissão executiva da Galp, nomeado pela Amorim Energia, a área da refinação, que era até agora o pelouro do próprio CEO, passa para as mãos do novo administrador.
Assim, deverá caber a Ferreira de Oliveira acompanhar a concretização deste projecto.
A conjuntura de mercado favorável ao negócio da refinação foi um dos aspectos que esteve na base desta decisão de investimento da Galp.
Readapatação da produção às novas necessidades do mercado, quer em termos de produtos quer em termos de utilização do crude e das quantidades de combustíveis, é o objectivo deste novo projecto.
A escassez de produtos refinados no mercado internacional tem garantido margens de refinação elevadas para as petrolíferas nos últimos anos e não se prevê que venham a baixar a curto prazo.
Os projectos de novas refinarias no mundo só deverão entrar em funcionamento daqui por cinco anos e até lá os consumos vão aumentando, pelo que o lucro está garantido. C