Futuro político do país passa pelo congresso da Frelimo
O nome do candidato à sucessão de Armando Emílio Guebuza na Presidência da República não sairá da reunião de cinco dias, mas a eleição do comité central, o principal momento do congresso, vai servir para contar espingardas no partido que governa Moçambique desde 1975.
Será este órgão de cúpula a nomear o candidato da Frelimo às presidenciais de 2014, e, face ao estado em que se encontra a oposição, Renamo e MDM, o seu provável vencedor, pelo que as várias correntes tentarão colocar o maior número de elementos no comité central.
Armando Guebuza, único candidato à sua sucessão na presidência do partido, aparenta vantagem sobre outras "fações", como a de Joaquim Chissano, e poderá dispor de manobra para impor o seu candidato á Presidência da República.
A eventualidade de co-existência de dois líderes - um, na Presidência do país, e, outro, mais importante, na liderança do partido, tem aumentado os receios de que Guebuza, mesmo abandonando a chefia de Estado, continuará a dirigir o país através do comité central da Frelimo.
No X Congresso, que se realiza exatamente 50 anos após o I, em Dar-es-Salaam, capital da Tanzânia, vão ser debatidas oito teses, da unidade nacional à posição de Moçambique na região e no Mundo.
Pemba, capital da província de Cabo Delgado, já está a abarrotar, com todos os hotéis lotados e os voos cheios, com a esperada presença de cinco mil pessoas, entre delegados, pessoal de apoio, jornalistas e convidados.
A cidade sofreu benefícios em termos de aumento de capacidade energética e de telecomunicações e foi construído de raiz o pavilhão onde se realiza o X Congresso.
Os residentes na cidade "até gostam, pois têm os buracos das estradas a ser reparados e nunca se viram tantos camiões de lixo em movimento na cidade. Até brincam pedindo mais congressos para que a cidade ande mais limpa", ironizava, na sexta-feira, o semanário Savana, de Maputo.