Futebol profissional com volume de negócios de 792 milhões em 2020-21

O futebol contribuiu com cerca de 550 milhões de euros para o PIB português e pagou mais de 192 milhões de euros em impostos, revela o "Anuário do Futebol Profissional Português".
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O futebol profissional português contribuiu com cerca de 550 milhões de euros para o PIB nacional, na época de 2020-2021. Um valor que equivale a cerca de 0,25% da riqueza nacional e representa um acréscimo de 11,3% face à época anterior. Significa, também, um retorno ao nível pré-pandemia, apesar de a maioria dos jogos se ter realizado à porta fechada. Os números são da quinta edição do "Anuário do Futebol Profissional Português", que foi elaborado numa parceria entre Liga Portugal e a EY (Ernst &Young).

Segundo o relatório, a Liga Portugal e as 34 Sociedades Desportivas incluídas nesta análise registaram, em conjunto, um volume de negócios de 792 milhões de euros. E, consequentemente, os cofres do Estado receberam do futebol profissional português mais de 192 milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 2,5% relativamente à época 2019-2020, em que as contribuições foram de 187 milhões de euros. O pagamento de IRS e as contribuições para a Segurança Social somaram 169 milhões de euros, representando cerca de 88% do total das contribuições fiscais.

Apesar de a maior parte dos jogos de futebol da época passada se ter realizado com o público ausente, e por este motivo ter existido redução nas receitas de bilheteira, o setor aumentou a receita total face ao período anterior. Este valor foi o resultado "sobretudo do aumento de 47 milhões de euros dos rendimentos de direitos televisivos e do acréscimo de 11 milhões de euros decorrente da presença e desempenho nas competições europeias, nomeadamente a presença do FC Porto nos quartos-de-final da UEFA Champions League", refere o documento.

Também o número de postos de trabalho, ligados à área futebolística aumentou. De acordo com o relatório, a Liga Portugal e as Sociedades Desportivas da Liga Portugal bwin e da Liga Portugal SABSEG, conseguiram um aumento de 4,2% de postos de trabalho diretos, o que perfaz um total de 3729 empregos. Número que deverá aumentar com a concretização de novos projetos em carteira, adianta a Liga Portugal.

As 18 Sociedades Desportivas da Liga Portugal bwin são responsáveis pela maioria dos postos de trabalho criados, empregando 2946 pessoas, das quais 1155 são jogadores, 267 treinadores e 1524 funcionários afetos às restantes áreas.

No total os salários "ascenderam a 313 milhões de euros, ocupando os atletas o topo da tabela remuneratória, com um total agregado de 238 milhões de euros", constata o anuário.

E, apesar do impacto negativo da pandemia de Covid-19, a Liga Portugal consegue novamente resultados positivos, o que acontece pelo sexto ano consecutivo. "Com receitas de 16,9 milhões de euros, a Liga fechou a época passada com lucros de 777 mil euros, tendo libertado 6,2 milhões de euros para distribuir pelas Sociedades Desportivas", acrescenta ainda o mesmo documento.

Perante estes resultados, o presidente da Liga Portugal, Pedro Proença, diz que "os tempos são de mudança. De viragem. De aposta" e elogia os agentes desportivos envolvidos que conseguiram transformar adversidades em oportunidades. "O crescimento económico deve ser objetivo comum e motivo mais que suficiente para selar novas sinergias e parcerias. O Futebol Profissional é nisso pródigo", afirma remetendo para os números apresentados no "Anuário do Futebol Profissional Português".

E assume a ambição da Liga de querer ser exemplo e promotora de investimento. "A construção da Arena Liga Portugal, novo edifício sede que servirá de casa, também, a uma incubadora de empresas; que será ponto de encontro de negócios, teto de formações e reflexões, é a prova em como estamos, literalmente, no terreno a construir um futuro promissor", declara.

Para o Partner e Líder de Strategy and Transactions da EY, Miguel Farinha, depois da análise do relatório "as receitas dos direitos audiovisuais continuaram a ser uma importante fonte de receita das Sociedades Desportivas". E destaca a ação da Liga Portugal que, em 2021, constituiu a empresa que será responsável por centralizar os direitos televisivos do Futebol Profissional Português a partir da época 2028-29. "Este novo modelo de comercialização deverá promover a competitividade da indústria, através de uma maior equidade na distribuição da receita televisiva e na valorização dos direitos televisivos face ao atual modelo descentralizado", refere.

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