Futah, uma década de moda à beira-mar
São dez anos de boas vibrações, para citar outros rapazes com amor ao mar e aos areais a perder de vista. Marca portuguesa especializada em toalhas e outros acessórios de praia, a Futah está a assinalar uma década de atividade, demonstrando, assim, que nem todos os amores de Verão se perdem na maré. Tudo começou em 2012, quando três primos fascinados por viagens (e destinos de praia, naturalmente) Ricardo Ramos, Mariana e Catarina Cunha, decidiram criar uma marca de toalhas, com um conceito bastante diferente do usado nas praias portuguesas, em que predominavam os turcos, que pesavam consideravelmente uma vez molhados. Tudo começou com uma viagem à Tunísia, onde os três primos se deram conta de que as toalhas usadas na costa magrebina (as foutas) são muito mais leves do que as nossas ao mesmo tempo que absorvem facilmente a água e ocupam muito pouco espaço no saco ou na mala de viagem.
Uma década decorrida, esta proposta conquistou o mercado nacional, com três lojas físicas (duas em Lisboa e uma no Porto, venda online e em várias outros pontos por todo o país). Para assinalar a data, conta-nos Ricardo Ramos, "acaba de ser lançada uma coleção que marca um certo regresso às origens. Quisemos contar às pessoas como tudo começou, com padrões inspirados nos povos nómadas do Saara." Assim, em conjunto com os três fundadores, a designer Alexandra Cruz desenvolveu quatro padrões principais: Sand Storm (tempestade de areia), Cactus (de cacto), Butte (palavra francesa que designa as colinas do deserto) e Crystal (evocativa das rosas de areia, frequentes no deserto). Estes padrões, cujos tons incluem ocres vibrantes e verdes vegetais, são ainda replicados num conjunto de acessórios e peças de vestuário que a Futah entretanto foi desenvolvendo, desde ponchos de surf para adulto e criança a T-shirts, sweat shirts e pólos, passando por meias, sacos ou clutches. Como explica Ricardo Ramos: "A abertura da loja da Rua da Misericórdia em plena pandemia, obrigou-nos a ter produtos diversificados, que dessem para usar todo o ano e não só na praia."
A aposta é sempre o apelo ao consumo consciente. Tudo começa na escolha das matérias-primas (preferencialmente, algodão orgânico) mas continua com os sacos de pano (em lugar de plástico ou papel) oferecidos aos clientes e as etiquetas que podem transformar-se em marcadores de livro, por exemplo. Para além disso, as peças, à exceção das toalhas (feitas na origem do conceito, no Norte de África), são encomendadas a fábricas portuguesas, reconhecidas internacionalmente pela qualidade do seu trabalho. Esta preocupação com a justiça ambiental reflete-se ainda na parceria estabelecida com a WWF/Associação Natureza Portugal, para a qual reverte 10% do preço de cada artigo. Paralelamente, está a decorrer (termina esta 6.ª feira, dia 30) uma campanha de retoma de toalhas. Como nos diz Ricardo Ramos, "as pessoas podem deslocar-se às lojas físicas da marca (Rua da Misericórdia e Campo de Ourique, em Lisboa, Clérigos, no Porto) e devolver as toalhas antigas, que vão para São Tomé, para a SOMA, uma associação, que põe meninas de lá a fazer surf. Em troca oferecemos 20% na aquisição de uma nova toalha." E acrescenta: "Fazemos isto porque sabemos que uma toalha nossa, comprada há dez ou oito anos, ainda pode estar em ótimas condições."
A passagem da primeira década de atividade consagra a maturidade da marca? Ricardo Ramos prefere sublinhar o que falta conseguir: "No contexto atual, as marcas levam muito tempo a consolidar-se e é por isso que quisemos sublinhar os aspetos mais forte da nossa identidade com a coleção comemorativa. O que nos faz falta agora é a internacionalização." O caminho está a ser feito. "Vamos estar agora numa feira em Miami e temos agências de marketing a selecionarem-nos um grupo de países nos quais valerá a pena apostar."
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