Norte-americana Bloomberg deixará de estar na linha da frente.Onde há fumo há fogo, diz o ditado. E mais uma vez o dito popular mostrou ser real. Ontem, a agência noticiosa britânica Reuters veio confirmar que a Oferta Pública de Aquisição (OPA) de que será alvo vai mesmo partir da sua congénere Thomson Corporation, como tinha sido antecipado pela imprensa. . A empresa canadiana oferece 17 600 milhões de dólares (cerca de 12 900 milhões de euros) pela Reuters e esta fusão, garantiram ambas as agências em comunicado, vai criar a maior empresa do mundo da informação financeira e notícias, destronando a norte-americana Bloomberg, até então no pódio. O grupo resultante desta fusão vai passar a controlar 34 % do mercado, ultrapassando a Bloomberg, que detém uma quota de mercado de 33 por cento..Os contornos do negócio.O novo grupo terá o nome Thomson--Reuters, mas as actividades de informações financeiras e de agência de notícias deverão manter o nome Reuters..A oferta da Thomson é de 10,21 euros por cada acção da Reuters, valor que os accionistas receberiam metade em dinheiro e metade em títulos da empresa canadiana. Esta proposta da Thomson representa um prémio de 42% face ao preço da acção da agência britânica no fecho da sessão de quinta-feira na Bolsa de Valores, um dia antes do anúncio pela própria Reuters de que tinha recebido uma proposta de OPA (na altura recusou revelar o nome da proponente)..As negociações entre as duas agências parecem estar bem encaminhadas, mas quer a Reuters quer a Thomson avisam que "não existe nenhuma certeza de que um acordo será concluído" e destacaram que não haverá qualquer oferta formal sem o apoio da Reuters Founders Share Company, entidade com 15 administradores responsáveis por garantir a independência e imparcialidade do grupo Reuters. .Caso se concretize o negócio, as duas empresas disseram estar convictas de que terão mais de 500 milhões de dólares (370 milhões de euros) de sinergias anuais. O director-geral da Reuters, Tom Glocer, de 47 anos, seria - segundo o que está a ser negociado - o novo homem-forte da Thomson Reuters, enquanto o director da Thomson, de 60 anos, se aposentaria. .A Thomson Corporation controlaria mais de três quartos do novo grupo, que será cotado nas bolsas de Londres e Nova Iorque. Enquanto a família Woodbridge, proprietária da Thomson (que já disse que votará a favor da OPA), ficará com o controlo de 53% da Thomson-Reuters, os accionistas da agência britânica ficarão com 24% do capital do grupo resultante da fusão. Já os accionistas da Thomson ficam com os 23% restantes..As origens da Reuters.Foi em 1851 que o emigrante alemão Paul Julius Reuters, telégrafo de profissão, abriu, em Londres, um escritório para transmitir cotações de acções entre a capital britânica e Paris por meio do cabo Calais-Dover. Mas antes deste escritório, já Reuters fazia transmissão de informações financeiras entre a Alemanha e Bruxelas através de...pombos correios. Hoje, a Reuters emprega 17 mil trabalhadores, está em 94 países e 90% das suas receitas são realizadas pelo serviço de informação financeira a empresas.