Funeral de Fidel: uma cerimónia simples para a família e convidados

À entrada do cemitério, uma multidão de vários milhares de pessoas gritou "Viva Fidel" à passagem da urna com as cinzas
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O funeral de FidelCastro começou hoje em Santiago de Cuba (leste), berço da revolução, numa cerimónia que encerra os nove dias de luto decretados após a morte do ex-presidente a 25 de novembro aos 90 anos.

A cerimónia começou cerca das 07:00 (12:00 em Lisboa) com 21 salvas de artilharia, pouco depois da chegada ao cemitério de Santa Ifigenia do cortejo fúnebre com as cinzas do "Comandante", que governou a ilha sem partilha durante quase meio século.

À entrada do cemitério, uma multidão de vários milhares de pessoas gritou "Viva Fidel" à passagem da urna com as cinzas, envolta na bandeira cubana e protegida por uma caixa de vidro.

O funeral é apenas para a família e alguns dignitários cubanos e estrangeiros, a imprensa estrangeira é mantida à distância e a televisão estatal não transmite a cerimónia, que o presidente Raul Castro, que sucedeu ao irmão em 2006, designou de "simples".

Os restos de Fidel serão enterrados ao lado do mausoléu de José Marti, pai da independência de Cuba, num cemitério em que estão enterrados outros heróis nacionais.

No sábado, Raul Castro jurou, diante das cinzas do seu irmão, "defender a pátria e o socialismo", adiantando que Fidel "demonstrou que isso é possível".

"Podemos derrubar todos os obstáculos, ameaças, sobressaltos na nossa determinação em construir o socialismo em Cuba", declarou.

Raul Castro também anunciou que o nome e a figura de Fidel não vão ser utilizados em lugares públicos, ruas ou praças, nem serão erigidos em sua memória monumentos, bustos ou estátuas, por desejo expresso do falecido líder revolucionário.

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"O líder da revolução rejeita qualquer tipo de manifestação de culto à personalidade e manteve essa atitude até às suas últimas horas de vida", disse num discurso de homenagem ao seu irmão, realizado na cidade de Santiago de Cuba.

Ted Piccone, especialista da América Latina no centro de estudos norte-americano Brookings, diz que tal não impedirá "a sua memória (de Fidel) de pairar sobre Cuba por um longo tempo".

"Considerando o enorme impacto que teve em Cuba e na região, não se trata realmente de um adeus", adianta.

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