Funcionários tentam suspender fecho da pastelaria Lua de Mel
Lisboa. Providência cautelar será entregue hoje no Tribunal Administrativo
Os 28 empregados prometem comparecer hoje ao trabalho
O representante legal dos funcionários da pastelariaLua de Melvai entregar hoje no Tribunal Administrativo de Lisboa uma providência cautelar para suspender o fecho do estabelecimento comercial da Rua da Prata. "Irei usar todos os meios de que disponho para defender os direitos dos trabalhadores", garantiu Pedro Andrade Filipe, advogado dos 28 empregados que, na manhã de sábado, foram surpreendidos com o encerramento de uma das casas mais antigas da Baixa da capital.
Quem trabalhou na Lua de Mel não sabe ainda qual o destino do estabelecimento aberto desde 1914. "Nada nos foi informado", esclarece Artur Rebelo, que durante 28 anos trabalhou naquela pastelaria. O dono fechou o espaço, mas resta saber se o trespassou a outro comerciante ou então se o vendeu ao proprietário do edifício: "A única certeza que temos é que ele esteve aqui ontem [sábado] para dizer que o estabelecimento estava encerrado e que iríamos ser indemnizados." Artur Rebelo diz, no entanto, que como não houve qualquer comunicação formal, todos os funcionários irão apresentar-se hoje ao trabalho "como se fosse um dia normal".
Na passada sexta-feira, o encerramento da pastelaria apanhou todos os empregados desprevenidos: "Regressámos a casa à noite e recebemos um telefonema do gerente a dizer que só deveríamos regressar na terça-feira porque iriam fazer limpezas por indicação da ASAE."
Desconfiaram das justificações do patrão e, na manhã seguinte, concentraram-se junto à pastelaria, altura em que descobriram que as máquinas e electrodomésticos estavam a ser retirados da loja. Alguns dos funcionários ainda tentaram impedir a saída das carrinhas carregadas com o recheio do estabelecimento e foi necessária a intervenção da PSP para permitir a saída das viaturas.
Os balcões, as montras e as prateleiras foram ontem desmontados e retirados do estabelecimento apesar dos protestos de uma única cliente da Lua de Mel. O DN tentou contactar José Fernandes para obter mais esclarecimentos, mas o proprietário da pastelaria esteve todo o dia incontactável.