"Quando percebi já estava tudo preto por causa da fumaça, não sei como e porque, mas lembrei que o único lugar que poderia ter ar limpo era o freezer [frigorífico]. Abri a porta e puxei duas vezes o ar. Coloquei um pano no rosto, porque estava queimando tudo, meus olhos doíam muito", contou à Folha de São Paulo. ."Fechei os olhos e pulei o balcão, fui tateando até encontrar um rapaz já quase na porta da saída. Como conhecia bem a boate, ficou mais fácil achar a saída. Com certeza, se não fosse pelo freezer, eu não teria sobrevivido", acrescentou Ingrid Goldani, uma estudante de enfermagem que também trabalhava no bar. .No incêndio da discoteca Kiss, a 27 de janeiro, morreram 238 pessoas, na sua maioria jovens estudantes universitários. O incêndio terá começado quando o vocalista da banda em palco, os Gurizada Fandangueira, acendeu uma foguete de sinalização. As faíscas atingiram o isolamento do tecto, incendiando-o e alastrando rapidamente. Os extintores não funcionaram e havia mais público do que a capacidade do espaço, que só tinha uma saída de emergência. A maioria das vítimas morreram asfixiadas.