Funcionária da Kiss salvou-se graças ao frigorífico

Quando o ar se encheu de fumo dentro da discoteca Kiss, em Santa Maria (Rio Grande do Sul), Ingrid Goldani, de 20 anos, abriu o frigorífico, respirou o ar do interior, prendeu a respiração e correu para a saída. Teve alta do hospital na quarta-feira.
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"Quando percebi já estava tudo preto por causa da fumaça, não sei como e porque, mas lembrei que o único lugar que poderia ter ar limpo era o freezer [frigorífico]. Abri a porta e puxei duas vezes o ar. Coloquei um pano no rosto, porque estava queimando tudo, meus olhos doíam muito", contou à Folha de São Paulo.

"Fechei os olhos e pulei o balcão, fui tateando até encontrar um rapaz já quase na porta da saída. Como conhecia bem a boate, ficou mais fácil achar a saída. Com certeza, se não fosse pelo freezer, eu não teria sobrevivido", acrescentou Ingrid Goldani, uma estudante de enfermagem que também trabalhava no bar.

No incêndio da discoteca Kiss, a 27 de janeiro, morreram 238 pessoas, na sua maioria jovens estudantes universitários. O incêndio terá começado quando o vocalista da banda em palco, os Gurizada Fandangueira, acendeu uma foguete de sinalização. As faíscas atingiram o isolamento do tecto, incendiando-o e alastrando rapidamente. Os extintores não funcionaram e havia mais público do que a capacidade do espaço, que só tinha uma saída de emergência. A maioria das vítimas morreram asfixiadas.

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