Freeware e apps a custo zero
Habituámo-nos a «crackar», mas a pirataria (que é crime) é escusada. Se comprar software continua a estar fora de questão para a esmagadora maioria dos utilizadores, o freeware é a alternativa mais sensata. Há versões de software gratuito, para PC e Macintosh, que cobrem as principais necessidades de utilização. E agora que o boom dos smartphones e tablets promete alastrar a febre das apps - as aplicações para este tipo de dispositivos -, mostramos-lhe que também há versões à borla para grande parte das funcionalidades essenciais.
Quanto custava a factura tecnológica de uma família há vinte anos? Nós ajudamos. Em 1990, a conta mensal de comunicações resumia-se a um telefone fixo. Lá por casa havia um televisor, que era substituído a cada... cinco anos. Se as finanças domésticas permitissem, havia um vídeo VHS e canais estrangeiros via antena parabólica do prédio. Ainda se fazia fila nos videoclubes e os miúdos desesperavam por jogos em sistema Atari ou Amiga. Música, na maioria dos casos, ainda dependia de leitores de cassetes em fita de ferro ou gira-discos.
De regresso a 2011, a idade digital meteu-nos no léxico (e na conta) o triple play, smartphones, tablets, netbooks, leitores mp3, sistemas home theater, playstations, câmaras digitais, carregamentos de telemóvel e aditivos de internet. O que resistimos a pagar? Software. Até cedemos a comprar CD e DVD mas por programas para computador o caso é diferente. Crackar programas chega a conferir prestígio aos autores da façanha. Só que é crime. Ponto final. E desnecessário porque o preço do software tem baixado, há fabricantes que já o colocam pré-instalado por «tuta e meia» na compra de máquinas novas e... existe a opção freeware. Trata-se de programas feitos com recurso a opensource, ou seja, com a colaboração de voluntários, gente anónima com conhecimentos profundos de informática que não se importa de aplicar horas do seu tempo pela carolice de desenvolver uma aplicação grátis. E isso resulta? Se resulta. Fique com a nossa lista de sugestões.
Versões desde zero euros
Encontra de tudo um pouco. No quadro «Sem desculpas para continuar a crackar» apresentamos-lhe quatro categorias de programas com mais que uma opção de freeware. Os PC são mais vulneráveis a ataques de vírus vindos do ciberespaço e por isso convém ter um bom pacote de protecção. Com o AVG, Avast e Comodo garante os serviços de antivírus e firewall competentes sem ter de desembolsar um cêntimo. Em qualquer dos casos, pode sempre fazer um upgrade para versões pagas com mais funcionalidades. Outro tipo de software que dispensa crackagens são os aplicativos de FTP. Para transferência de ficheiros de grande dimensão, é possível descarregar sem custos o FileZilla, AceFTP ou WinSCP, todos eles com versões para utilizadores do ambiente Macintosh. Quem continua a gravar CD e DVD só tem de procurar os últimos lançamentos dos aplicativos CD BurnerXP, DAEMON Tools Lite ou WinX Free Ripper. Deixamos para o fim as sugestões de suites gratuitas tipo Office por se tratar (porventura) do top das cópias ilegais. O produto do género da Microsoft é a referência de sempre e a mais cobiçada ferramenta de produtividade. Adquiri-lo na versão base, a Home and Student, obriga a investir algo como oitenta euros. Sacar uma versão do OpenOffice 3.3.0, que responde à maioria das tarefas pretendidas pelo utilizador comum, custa zero. Os mais puristas poderão dizer que o interface gráfico não é tão apelativo ou que faltam algumas funções menos utilizadas. Agora pare alguns segundos para reflectir sobre a importância prática destes argumentos e tire conclusões. Pelo meio, pode ainda optar pelo NeoOffice, um programa do género, por enquanto apenas para Macintosh, ou o PlusOffice 2009 Free, destinado em exclusivo a PC.
Como vê, é fácil evitar piratarias e, se o assunto não parece despertar-lhe a consciência, lembre-se de que em Portugal está a surgir um importante cluster tecnológico em que não faltam empresas de desenvolvimento de software. Agora tem apenas de pensar, por exemplo, que um dos seus filhos pode ser o próximo Bill Gates ou Steve Jobs. Dá para perceber?
Apps à borla para todos os gostos
Nem demos conta mas já não vivemos sem eles. De que vale ter um smartphone ou tablet sem aplicativos? Apresentam-se como facilitadores de tudo e mais alguma coisa, mas tenha cuidado. A popularidade das app stores tornou-as uma indústria de microgastos em que pode torrar imensos euros sem se dar conta. Repare que uma boa parte destes produtos (alguns de utilidade questionável) custam trocos, pagos através de um cartão de crédito. Perdem-se com facilidade no meio dos extractos mensais para quem tiver um perfil de uso regular. Ora é aqui que reside o principal problema: vinte euros por mês somados ao fim do ano dá 240, uma quantia interessante para aplicar num produto de poupança. A nossa sugestão não é abdicar deles mas procurar, sempre que possível, as versões grátis do que necessitar. Nas principais plataformas móveis como iOS (para terminais Apple), Android e Blackberry encontra separadores de apps free para instalar. E há lá de tudo. No quadro «Sem desculpas para continuar a crackar» fizemos uma listagem de algumas que pode usar sem pagar. Destacamos a Viber, que possibilita chamadas (mesmo internacionais) e mensagens à borla entre terminais da mesma plataforma - por enquanto apenas iPhone ou smartphones que usem Android. A Cardmobili, para iOS, permite-lhe esvaziar a carteira de quase todo o tipo de cartões, uma vez que grava os dados da maioria dos retângulos de plástico que engordam as nossas carteiras. Com o Remote, para máquinas Apple, pode controlar a imagem e o som lá em casa ou no escritório a partir de um só aparelho, algo como um comando remoto de toda a parafernália Apple num raio de alguns metros. Portanto, antes de gastar um euro que seja para atulhar o seu gadget com mais um aplicativo, faça uma busca para descobrir se não existe algo idêntico em modo free.