França quer aumentar idade da reforma para 62 anos
O governo francês pretende alterar a idade da reforma dos actuais 60 anos para 62 anos até 2018, segundo anunciou hoje o ministro do trabalho, Eric Woerth.
"Salvar o nosso sistema de pensões é imperativo", afirmou o ministro na conferência de imprensa em que apresentou as medidas.
Entre as propostas, está também prolongar em três meses os 41 anos de descontos necessários para ter direito à pensão máxima.
"Trabalhar mais é inevitável, não há magia", disse Eric Woerth.
"Todos os nossos parceiros europeus têm feito [esta reforma]. Não é possível ficar de fora desse movimento", acrescentou.
A medida afectará, em 2013, os trabalhadores nascidos entre 1953 e 1954.
A reforma no sistema de pensões permite que as contas públicas da França consigam o equilíbrio, ou seja, "défice zero" em 2018, responsável.
O défice do sistema de pensões triplicou nos últimos anos devido à crise, segundo o organismo independente que auditoria este sistema. O défice deverá chegar aos 32 mil milhões de euros este ano e ameaça ascender a 45 mil milhões em 2020, se nada for feito.
O governo anunciou ainda que haverá subida de impostos para financiar o sistema de pensões, como por exemplo, o aumento de um ponto percentual na retenção na fonte dos rendimentos mais elevados.
O imposto sobre as mais valia mobiliárias e imobiliárias também vai subir, assim como as retenções sobre acções.
Na sexta feira, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, recebe o projecto do governo assim como os comentários dos parceiros sociais com o objectivo de dar a sua aprovação para que o Conselho de Ministro possa examinar as propostas a 13 de Julho.
O plano do governo, mesmo antes de conhecido, já tinha suscitado a oposição de vários quadrantes.
A idade legal de aposentação de 60 anos de idade, decretada em 1983 pelo presidente socialista François Mitterrand, é vista pela oposição de esquerda e os sindicatos como um intocável adquiridos social.
Seis dos principias sindicatos convocaram já uma greve geral para 24 de Junho contra a reforma.