Organização pede ao Governo para não esmorecer nos esforços .O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que estão a ser tomadas medidas decisivas para corrigir os desequilíbrios acumulados durante os anos 90 em Portugal. A avaliação positiva do conjunto de reformas em curso consta das conclusões preliminares da missão de acompanhamento do FMI a Portugal, que afirma começarem a ser visíveis os seus resultados.. O FMI reconhece ter considerado exigente o objectivo de redução do défice público para 4,6% do PIB em 2006, classificando, por esse motivo, de feito importante o resultado alcançado de 3,9%, que atribui principalmente à redução da despesa e, em menor grau, ao vigor inesperado da receita na parte final do ano passado. A continuação do dinamismo da receita sobre as empresas deverá conduzir a um défice um pouco menor do que o objectivo de 3,3%, o que permitirá novas poupanças, que o FMI aplaude, chegando mesmo a incitar o Governo a resistir às pressões para baixar a carga fiscal..A economia recupera finalmente, diz o documento, puxada pelo bom desempenho das exportações. O investimento está a fortalecer-se, mas a procura interna permanece fraca devido à contenção das despesas das famílias e à crise continuada no sector da construção..Para reforçar a estratégia do Governo é necessário, segundo o FMI, não esmorecer na melhoria da eficácia e eficiência da administração fiscal, na melhoria do processo orçamental e na flexibilização do mercado de trabalho. As medidas em curso para aumentar a concorrência, integrar o sector da energia com Espanha e concretizar o programa Simplex merecem o apoio da organização. .Mas as disfunções no mercado de trabalho, bem como os alertas para que se mantenha o nível de qualificações no âmbito do programa Novas Oportunidades, mesmo que aumente substancialmente o número de inscritos nele, são factores a ter em conta para aumentar o produto potencial da economia portuguesa. Quanto ao sector financeiro, na sequência da avaliação realizada em 2006, o FMI constata a existência de sistemas de gestão de risco mais avançados, bem como a continuação de um sólido sistema de supervisão. No seu conjunto, o sistema financeiro português responde bem a riscos, devendo continuar a realizar-se regularmente testes de esforço.