A Younited Credit é um exemplo do novo mundo financeiro digital e do ambiente de crédito fácil. E também um espelho do apetite dos portugueses por crédito ao consumo. Funciona exclusivamente online, não tem uma estrutura no país, nem balcões. Está a operar em Portugal apenas desde junho de 2018 e já concedeu empréstimos a 1500 portugueses. "Financiámos cerca de dez milhões de euros em empréstimos ao consumo em Portugal", garantiu Xavier Pallàs, CEO de Espanha e Portugal da fintech, em entrevista ao DN/Dinheiro Vivo. E espera duplicar anualmente o montante de empréstimos concedidos a clientes portugueses. "Concedemos crédito entre três mil euros e 40 mil euros para consumo", seja para comprar carro, remodelar a casa ou ter liquidez, por exemplo. A maturidade dos empréstimos vai de 24 a 72 meses..A Younited Credit é uma plataforma digital para concessão de crédito a particulares. Tem uma licença bancária atribuída pelo Banco de França que serve em toda a União Europeia. Atualmente é líder na Europa continental. "Permitimos que investidores financiem diretamente particulares e famílias", explicou Pallàs. Na prática, investidores fazem aplicações em fundos e é desses fundos que sai o capital para financiar os clientes da plataforma. A fintech cobra uma comissão pelo negócio. A percentagem da comissão depende dos montantes financiados. Num empréstimo de cinco mil euros a 72 meses, cobra uma comissão de 250 euros, entrega 685 euros aos investidores e o crédito concedido fica em 4750 euros. A resposta pode demorar 24 a 48 horas. Atualmente, a Younited Credit tem quatro fundos, um por cada país onde está presente. "Permitimos que investidores possam participar no mercado de crédito ao consumo na Europa.".A Younited Credit iniciou operações em França em 2011. "Desde então concedemos 1,4 mil milhões de euros em empréstimos. Mais de metade desse montante foi atribuído nos últimos dois anos." Seguiu-se a abertura de operações em Itália, em abril de 2016, e em Espanha, em 2017. "E vamos entrar em mais países em breve", adiantou Xavier Pallàs..A fintech está a ponderar lançar outros negócios financeiros no mercado português. Até porque, segundo o responsável da empresa, Portugal tem um ambiente favorável e os portugueses aderem a serviços inovadores. "As pessoas em Portugal são de confiança. Mais do que os espanhóis.".A partir de setembro, entra em vigor a nova diretiva europeia de serviços de pagamentos, e as fintechs terão mais oportunidades de negócio no país. Os bancos passam a fornecer dados sobre contas bancárias de clientes, desde que estes autorizem. Ficará aberta a porta a serviços financeiros inovadores, como a agregação de contas numa só aplicação..Elisabete Tavares é jornalista do Dinheiro Vivo