Fim do 'Às duas por três' afasta José Figueiras das tardes da SIC
"O Às Duas por Três terminou na sexta-feira" e "o José Figueiras sai do programa da tarde". Foi desta forma taxativa que Pedro Costa, director de produção da SIC, deu por terminada a existência do formato, que preencheu as tardes da estação de Carnaxide desde 7 de Janeiro de 2002, e anunciou a saída do seu apresentador.
As tardes do canal vão ser remodeladas a partir de agora e, até ao fim do ano, não está pensado qualquer programa como o que existia. "Vamos fazer preparar o novo formato", revelou ao DN o responsável da SIC.
A retirada do programa do ar é uma estratégia pensada, para se aproveitar "a força humana e criativa que é preciso para preparar um novo formato", disse. "É impossível estar a fazer um programa da manhã em directo, outro à tarde e, ao mesmo tempo, pensar num formato de grande dimensão, como tem de ser o da tarde, que irá arrancar em Janeiro", justificou Pedro Costa.
A certeza é que as tardes televisivas não podem deixar de ter um programa em português e em directo, mas com "protagonistas diferentes", garante o responsável pela produção sem adiantar os nomes das novas caras.
O futuro de José Figueiras ainda não está definido, mas a nova direcção de programas da SIC está a pensar um programa para o apresentador onde ele se sinta bem, o que deverá acontecer a "breve trecho". "A ele também lhe vai agradar mudar", acredita Manolo Bello, patrão da Comunicasom.
Esta é a empresa de produção responsável pelo actual Fátima e pelo extinto Às Duas por Três, que vai continuar como a casa da criação dos programas matutinos e vespertinos da televisão de Francisco Balsemão. "Estávamos a precisar de mudar, mas precisamos de mais tempo para o programa da tarde do que aquele tivemos para transformar o SIC 10 Horas", assume ao DN Manolo Bello.
A equipa dirigida por Francsico Penim não pretende fazer um corte radical com a programação existente, até porque "há compromissos que têm de ser respeitados". No entanto, vão "estudar tudo ao milímetro" para escolher as pessoas, que imagem devem ter, que cenário, que iluminação. Para isso precisam de algum tempo. "Nada tem de estar no ar já para a semana", garante Pedro Costa.
Os responsáveis da SIC querem que o novo formato alie o entretenimento à informação. "Os pormenores ainda não são conhecidos. Mas realmente existe o projecto para que haja uma redacção de entretenimento e informação a trabalhar em conjunto. Isso tem de ser preparado de raiz", sublinha o responsável da SIC.
"Na Comunicasom estamos preparados para entrar em directo sempre que se justifique", assegura Manolo Bello. O objectivo final é "dar a informação sempre em primeira mão e abrir a antena sempre que isso se justifique. Não queremos ficar atrasados", assume Pedro Costa.
Tal como não querem perder público, antes pelo contrário. As mudanças previstas para os próximos tempos da SIC pretendem dar aos telespectadores uma televisão "com surpresas, novidades e que recupere a liderança das audiências", garante Pedro Costa.
A relação com a Comunicasom está assegurada e Manolo Bello sente-se "lisonjeado" com a manutenção da parceria entre as duas entidades. "Para trabalhar todos os dias tem de haver uma relação muito especial", diz.
Uma relação que é confirmada pela estação de Carnaxide, que vê a Comunicasom "como uma equipa da SIC, com a qual trabalha em exclusivo e tem uma estrutura bem montada".
O número dois de Francisco Penim diz que a nova direcção de programas "não tem medo de cometer erros", assegurando que recebeu "total carta branca" por parte da administração. Uma coisa é certa "temos de fazer outra televisão, porque este ano não correu bem, mas há a capacidade de dar a volta", confirma Pedro Costa.
O caminho está traçado, mas ainda agora começou. No entanto, o responsável pela produção da estação acredita que "as pessoas podem esperar um novo canal". "Gostava que este fosse um caminho para que, uma vez mais, a SIC fique na história da televisão em Portugal", concluiu.