Fim-de-semana começou cedo para muitos alunos

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O Ministério da Educação, de longe o maior empregador do sector Estado, foi também o grande "contribuidor" para os números da greve da função pública de ontem, com pelo menos 30 500 funcionários ausentes e mais de 1700 escolas fechadas.

Às 08.30, hora habitual de começo das aulas, muitos encarregados de educação aguardavam ainda à porta das escolas com os filhos, sem saber se estes teriam as aulas do dia ou se regressavam de imediato a casa. A grande maioria dos mais de nove mil estabelecimentos públicos acabou por abrir os portões, mas nem sempre com garantias de que os alunos teriam o horário do dia preenchido.

As aulas de substituição, introduzidas pela tutela para evitar os "furos" nos horários, foram concebidas para compensar ausências individuais de professores, previamente comunicadas. Não para as imprevisíveis greves, sobretudo quando também os funcionários paralisam. Por isso, milhares de estudantes acabaram mesmo obrigados a ocupar horas mortas do dia nos pátios, bibliotecas e salas TIC.

Outros souberam logo pela manhã que o fim-de-semana começava mais cedo. Os primeiros dados da greve, divulgados por volta da 13.00 pelo Ministério das Finanças, já contabilizavam o fecho de um total de 1278 serviços descentralizados da Educação - a esmagadora maioria dos quais escolas. Mais tarde, pelas 18.00, surgiu novo balanço: 1737. Um número bastante acima da greve convocada há um ano por CGTP e UGT, em que encerraram 800 escolas. E, curiosamente, também bastante acima das primeiras estimativas previsões lançadas ontem pela própria Federação Nacional dos Professores (Fenprof) - que contabilizara 302 estabelecimentos.

Menos claros foram os dados relativos aos trabalhadores. O Governo divulgou um total de 30 432 grevistas, entre professores e funcionários, mas não esclareceu a que percentagem dos que deveriam ontem ter trabalhado correspondia o número. Os sindicatos da Educação, que estimaram uma adesão no sector da ordem dos 80%, avisaram que algumas escolas estariam a calcular mal as suas ausências .|

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