Filmes sem super-heróis também podem ser divertidos
Há um filme sobre adolescentes que usam o snapchat e que têm medo que os outros pensem que são namorados. E há um filme sobre uma ave que se perde do seu bando e que anda à procura de companhia para atravessar o deserto. Esta diversidade é uma das características da programação do Indie Júnior, a secção infantojuvenil do Indie Lisboa, que apresenta filmes para um público dos 3 aos 15 anos, mas que respondem aos mesmos critérios de qualidade e de pertinência do festival para os adultos.
"Procuramos ter filmes de qualidade e que tenham capacidade de surpreender, seja pelas técnicas, seja pelas temáticas que abordam. Há ficção, documentário, animação", diz a programadora Irina Raimundo, explicando que, nos últimos dez anos, ali se têm formado muitos dos futuros espectadores do Indie Lisboa.
Os filmes estão divididos em sessões por faixa etária: maiores de 3, maiores de 7, de 10 ou de 13. Como sempre, há sessões para escolas nos dias úteis e sessões para as famílias, aos fins de semana e feriados. Quase todas as sessões têm uma apresentação - por exemplo, hoje a sessão para o 2º ciclo contará com a presença dos realizadores Hugo Santos (O Impacto da Música na Juventude) e Peter Stanley-Ward (Bichinhos do Lixo).
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A par das sessões de cinema, há várias oficinas organizadas em colaboração com os serviços educativos do Museu Berardo, Culturgest, Museu Nacional de História Natural e Biblioteca de Lisboa.
Um dos momentos especiais na programação é a Festa no Bairro, que acontece amanhã, na Culturgest a partir das 15.00, e, entre outras atividades, inclui o filme A Carta Perdida e um concerto do projeto Bug. A Carta Perdida conta a história de um rapaz que escreve ao Pai Natal e de como o seu amor pelo natal e a sua crença no velhote das barbas não são abalados pela terrível vizinha que odeia o natal. Na versão original, o filme de animação conta com a narração da atriz Kate Winslet. O realizador irlandês Kealan O"Rourke (que alguns poderão conhecer de O Rapaz na Bolha, que passou no Indie Júnior em 2012) vai estar, na Culturgest, para apresentar o filme e falar com os espectadores.
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A Carta Perdida integra a sessão para toda a família "O meu dia", que é composta por nove pequenos filmes que são adequados para todas as idades e tanto podem agradar aos mais novos, como aos adolescentes e até aos pais. Estas sessões têm a particularidade de contarem com a locução de três atrizes da companhia de teatro Da Outra que, este ano, pela primeira vez, é parceira do Indie Júnior. A ideia é, precisamente, permitir que até os mais pequenos, que ainda não sabem ler as legendas, possam acompanhar os filmes estrangeiros que são para a sua idade.
Irina Raimundo dá o exemplo de Marshmallows de Chocolate, um filme de Meike Fehre, que é um filme de animação alemão narrado por uma criança cujos pais nasceram em lados opostos do Muro de Berlim. "Os adultos que forem ver o filme têm a referência da Guerra Fria e da queda do Muro. Os miúdos mais velhos vão entender bem a história e os mais pequenos poderão acompanhar com a locução em português e terão um outro nível de leitura do filme."
Veja a programação do festival em www.indielisboa.com