Portugal voltou a desiludir nos Europeus de corta-mato

O norueguês Filip Ingebrigtsen e a turca Yasemin Can arrecadaram os títulos individuais, numa competição em que os portugueses tiveram participação muito discreta
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Longe vão os tempos das conquistas de Paulo Guerra e Domingos Castro ou de Jessica Augusto e Dulce Félix para o corta-mato português. Para um país com tradições ricas nesta disciplina, os últimos anos têm sido um somatório de desilusões nas grandes competições, como voltou a ser o caso dos Europeus que se disputaram este domingo em Tilburg, na Holanda.

A melhor classificação de um atleta português foi obtida por Carla Salomé Rocha, que terminou em 28.º lugar na prova feminina. Em masculinos, Rui Pinto foi o melhor, apenas em 35.º. Em termos coletivos, as seleções portuguesas também ficaram muito longe dos pódios, com o 12.º lugar tanto em masculinos como em femininos.

Uma participação muito modesta para um país que conta com 55 pódios nos Campeonatos da Europa de corta-mato, desde 1994, segundo dados disponíveis no site atletismo-estatistica.pt. Entre eles cinco título individuais (quatro de Paulo Guerra e um de Jessica Augusto) e onze coletivos (três em masculinos e oito em femininos).

A última vez que Portugal subiu ao pódio foi em 2013, quando Dulce Félix conseguiu o terceiro lugar na prova feminina, e o último título individual de um atleta luso remonta a 2010, em Albufeira, obtido por Jessica Augusto, numa edição em que as mulheres portuguesas conseguiram também o título coletivo.

Nos últimos quatro anos, no entanto, nem um top10 individual para Portugal nos Europeus de corta-mato, sucedendo-se modestas prestações como a deste domingo na Holanda.

Família Ingebrigtsen em destaque

Os portugueses não estiveram em bom plano, mas assistiram-se a grandes corridas de corta-mato, num percurso difícil e marcado pela lama.

Em masculinos, o norueguês Filip Ingebrigtsen conseguiu manter-se na liderança e vencer a competição, derrotando todos os favoritos. Ingebrigtsen cortou a meta em 28.49 minutos, com três segundos de vantagem sobre o belga Isaac Kimeli (28.52), um especialista de crosse, com o turco Aras Kaya a ser terceiro (28.56).

Foi o segundo triunfo desta família norueguesa no presente europeu, depois de o seu irmão mais novo, Jakob Ingebrigtsen, ter vencido pela terceira vez consecutiva o título de sub-20, ele que surpreendera nos últimos Europeus de pista ao ganhar os 1500 metros, com apenas 17 anos.

Em termos portugueses, além de Rui Pinto, 35.º (30.13), chegaram Miguel Marques em 45.º (30.28), André Pereira em 49.º (30.34) e António Silva em 62.º (30.58), classificações que deram a Portugal um 12.º lugar coletivo com 129 pontos, bem longe dos campeões europeus, a Turquia, que somou apenas 14 pontos. Completaram o pódio, a Grã-Bretanha com 34 pontos e a Itália com 37 pontos, tendo a Espanha surpreendido, ao ficar fora do pódio por um ponto.

O tri da turca Yasemin Can

Em femininos, a turca Yasemin Can obteve o terceiro triunfo consecutivo. Can esteve na frente durante grande parte da prova, quebrou um pouco a dois quilómetros do fim, sendo ultrapassada pela suíça Fabienne Schlumpf, mas recuperou nos metros finais para assegurar um triunfo indiscutível em 26.05 minutos, com um segundo de vantagem sobre a suíça, tendo a norueguesa Karoline Grovdal chegado em terceiro (26.07).

A melhor portuguesa foi Carla Salomé Rocha, em 28.º lugar, muito longe das primeiras (27.48), liderando uma equipa que nunca conseguiu ultrapassar as dificuldades do percurso. Depois dela chegaram Inês Monteiro, a atleta com mais participações na história da prova (15), que foi 41ª (28.05), Catarina Ribeiro foi 58.ª (28.42) e Cátia Santos foi 65.ª (29.01). Jessica Augusto (após a primeira volta) e Sara Moreira (depois dos 4.000 metros) desistiram.

A equipa portuguesa foi 12.ª com 127 pontos, muito longe dos lugares do pódio coletivo, que foi liderado pela Holanda (20 ponto), seguida da Grã-Bretanha (24) e da Alemanha (50).

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