"Ficamos muito felizes se conseguirmos manter este nível de emprego em 2021"

O líder da APED defende que definir já o teletrabalho até ao final do ano "é meterem-se demais na vida das empresas". Quer autotestes à venda nos supers. E diz que é preciso valorizar a carreira na distribuição.
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A Associação de Empresas de Distribuição (APED) tem 165 associados que representam mais de 4 mil lojas e 130 mil trabalhadores. No ano passado, as vendas caíram 1,5%... mas a crise atingiu de forma desigual os vários setores: enquanto a roupa recuou mais de 30%, o retalho alimentar subiu 8%. O diretor-geral da APED faz um retrato dos efeitos da pandemia.

Nota algum impacto destas duas semanas de desconfinamento?
Já se começa a notar alguma animação, ainda que residual. Esta possibilidade de venda ao postigo e o click and collect - por que a APED se vinha batendo junto do Ministério da Economia (ME), porque funciona do ponto de vista da segurança - ajuda sobretudo o retalho especializado, que foi muito fustigado. Mas ainda é muito residual. Estamos convictos que com os números da saúde pública a melhorarem significativamente, há condições para começar um desconfinamento mais sério que permita outro tipo de frequência nas lojas físicas.

Que perspetivas tem para 2021?
Não posso falar de perspetivas sem uma referência ao ano que passou, que foi extremamente difícil, com a faturação do setor a cair 1,5% mas grande preocupação quanto ao retalho especializado. Moda, têxtil, calçado, desporto, brinquedos, mobiliário tiveram uma queda muito significativa de quase 18%. Que fique claro: nós sempre estivemos ao lado do governo na promoção da saúde pública. No caso do retalho alimentar estivemos sempre abertos para que nada faltasse às famílias - e aí até houve um ligeiro crescimento. Mas temos de acelerar este desconfinamento. E isso não é pôr em causa a saúde pública, há medidas que podem permitir a recuperação dos lojistas e da economia, e deste setor em concreto, que não põem em causa a saúde.

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