Comemoração do Ano Novo chinês encheu o Martim Moniz com a festa

Embaixador da China em Portugal destacou a "amizade que existe entre os dois países". Portugueses aplaudiram festa
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Desfile na Almirante Reis, espetáculo e feira no Martim Moniz, produtos tradicionais, massa de arroz e jiaozi (uma espécie de raviólis), chineses a atuar e portugueses a assistir. Mas também subiram ao palco artistas nacionais, ao lado de atrações vindas da China e de Macau e das associações de imigrantes em Portugal, para celebrar o Ano Novo Chinês de Lisboa, conhecida pela Festa da Primavera. Animação que se repete hoje a partir das 13:30 à exceção da parada, quando faltam cinco dias para o ano do Cão. O Galo está de saída.

Quatro horas do espetáculo, intitulado "Feliz Ano Novo Chinês", que decorreu na praça do Martim Moniz. Com a companhia de Canto e Dança de Zhenghou e os Monges do Templo Shaolin da montanha Song a iniciar as comemorações (Repleto de Felicidade) e a terminar (Alegria Contagiante). Da Ásia veio também a dança da Escola Pui Ching de Macau e a Companhia de Artes Performativas de Chongqing. Mas quem cá vive não lhes ficou atrás e foram as crianças do Centro de Línguas e Culturas Schumin, com a Dança da Bola, que receberam os primeiros sorrisos para a comunidade chinesa.

Uma festa que é cada vez mais profissional, com as autoridades chinesas e portuguesas a apresentarem os discursos de boas vindas e de desejos de Bom Ano, salientando que estas comemorações são sinónimo da boa integração dos chineses em Portugal. Oficialmente são 26 mil (incluindo os 3 588 que entraram através do investimento, Vistos Gold). "É a festa tradicional mais importante da China e que enfatiza os conceitos de felicidade, harmonia, compartilha e bênção, disse o embaixador da China, Cai Run. E sublinhou: "O evento Feliz Ano Novo Chinês torna-se gradualmente um festejo importante em Portugal, desempenhando um papel positivo na promoção do intercâmbio cultural sino-português. As nossas duas culturas interagem, e a amizade entre os dois povos aprofunda-se".

Mais portugueses do que chineses a assistir e foram também os nacionais que fizeram a maior despesa na compra de amuletos da sorte, alguns com o cão e que não se vendem nas lojas chinesas, sombrinhas e lenços chineses, máscaras com as pinturas da Ópera de Pequim, calendários, signos e o nome escrito em mandarim.

Anabela Silva, 51 anos, funcionária da Câmara Municipal de Oeiras, já é uma mistura de chinês e português na vestimenta e nos acessórios. Não perde estas celebrações e cada vez traz mais amigos. "Vi que a comunidade chinesa festejava o Ano Novo e tive curiosidade . Gosto muito da cultura chinesa, umas coisas compro e outras são amigos que trazem da China. Gosto dos espetáculos, também da comida típica. São imigrantes e é importante que mostrem um pouco da sua cultura, também gosto do evento que junta os indianos. E sinto que todos os anos tem vindo a melhorar, até mesmo nas condições, por exemplo, o palco não tinha cobertura".

A Dança do Leão foi apresentada pela Associação Internacional Buddha"s Light de Lisboa na abertura, os mesmos que encabeçaram o desfile e onde participaram todos os intervenientes do espetáculo. além de outros grupos como o que veio da Universidade de Aveiro. Também a Escola Chinesa de Lisboa e as associações World Qipao United a Cultura Chinesa Pensamento Oriental. A cultura e tradição portuguesas estiveram representada pelos grupos folclóricos etnográficos Danças e Cantares do Verde Minho e Cantares de Évora.

Portugueses e chineses uniram-se para cantar uma música de boas vindas dirigida pelo maestro Carlos Silva. Cantaram os coros da Comunidade Chinesa, Molihua e Centro de Línguas e Culturas Shumin, com as crianças a traduzirem em língua gestual a segunda peça desta atuação, intitulada "Pátria".

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