Federer diz sim a Hingis. Dupla de sonho ataca ouro no Rio

Suíço aceitou convite da compatriota para jogar pares mistos nos Jogos Olímpicos de 2016. Há 15 anos que não atuam juntos
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A notícia promete deixar os entusiastas do ténis colados à televisão durante o próximo verão: Roger Federer e Martina Hingis vão mesmo juntar-se para jogar pares mistos nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. A confirmação desta parceria de luxo entre dois ícones da modalidade, feita pela voz do próprio Federer, está já a gerar grande expectativa. Além de se afigurarem, desde logo, como fortíssimos candidatos a conquistar uma medalha para a Suíça, os dois veteranos são garantia de espetáculo ao mais alto nível, capaz de fazer as delícias dos fãs.

A dupla pode ser especial, mas não é inédita. Há 15 anos, Federer e Hingis alinharam lado a lado na Taça Hopman, competição por seleções que venceram em 2001. E foi com uma foto desse momento que Federer oficializou a reunião com a sua compatriota e amiga, através do Twitter. "Estou verdadeiramente entusiasmado por jogar pares mistos contigo nos Jogos Olímpicos do Rio, 15 anos depois", declarou o número três do ranking mundial em 2015.

Quando Hingis regressou à atividade, no final de 2013, para se converter na rainha do circuito de pares, já devia ter em mente esta possibilidade. Depois de vencer cinco Grand Slams em 2015 (dois nos pares femininos, ao lado de Sania Mirza; três nos pares mistos, em parceria com Leander Paes), lançou a Federer este convite quase irrecusável. "Já a admirava muito quando era mais novo. Temos quase a mesma idade e ela já vencia Grand Slams enquanto eu treinava na Suíça para tentar tornar-me profissional", contou Federer aos jornalistas, à margem de um evento de exibição no Dubai.

Olimpíadas de boa memória

Juntos, Federer (34 anos) e Hingis (35) contabilizam 37 vitórias em torneios do Grand Slam. No que a Olimpíadas diz respeito, porém, o currículo de Federer é bem mais extenso. Em Pequim, 2008, venceu o ouro ao lado de Stanislas Wawrinka na competição de pares masculinos. Quatro anos depois, em Londres, esteve muito perto de repetir o triunfo na prova de singulares, tendo sido derrotado por Andy Murray na final.

De resto, Federer só tem boas memórias dos Jogos Olímpicos. Na primeira das quatro edições em que participou, arrebatou logo aquela que é, provavelmente, a sua maior conquista até hoje: Mirka. Foi precisamente em Sidney, corria o ano 2000, que o tenista conheceu a futura esposa e mãe dos seus quatro filhos. "Sempre disse que os Jogos eram muito importantes para mim", reforçou Federer, que teve o privilégio de ser porta-estandarte da Suíça em 2004 e 2008.

A medalha que lhe falta

Martina Hingis, por seu turno, só participou na edição de Atlanta, em 1996, tendo caído logo na segunda ronda. No Rio, vai procurar ganhar a medalha que lhe falta para adornar um palmarés recheado de troféus. A n.º 1 mundial de pares terá também oportunidade de o fazer nos pares femininos, com a sua protegida, Belinda Bencic, como parceira. Aos 18 anos, a jovem prodígio suíça, vista como a sucessora de Hingis, ocupa já o 14.º lugar do ranking WTA. Curiosamente, é treinada por Melanie Molitor, nada mais nada menos do que a mãe de Martina Hingis.

Além dos singulares, Federer também deve competir na vertente de pares masculinos, recuperando a dupla com Wawrinka que subiu ao lugar mais alto do pódio em 2008. Por sua vez, Wawrinka deve aliar-se a Bencic para os pares mistos, numa competição que se disputa em piso rápido. Tudo somado, a armada suíça, cada vez mais consolidada como uma potência do ténis mundial, promete fazer estragos no Rio de Janeiro.

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