FC Porto seguro, Benfica com pouca Luz, Sp. Braga caseiro e Sporting sem poder errar

Segunda volta colocará novamente em confronto todas as equipas da I Liga, mas os quatro candidatos ao título têm cenários diferentes à espera
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Encerrada a primeira metade do campeonato, a segunda volta colocará novamente em confronto todas as equipas da I Liga, incluindo os quatro candidatos ao título, mas teoricamente os desafios colocados em termos de calendários não serão iguais para FC Porto, Benfica, Sp. Braga e Sporting. Afinal, além da diferença pontual entre os concorrentes, há o fator casa e os compromissos para as outras competições a poderem desequilibrar a balança.

FC Porto com pássaro na mão

O líder FC Porto vai arrancar para o segundo round do campeonato com mais cinco pontos do que o segundo classificado, o que na história do primeiro escalão nacional foi sempre sinónimo de conquista de título. No entanto, o conforto portista não se esgota na almofada pontual, pois vai receber os rivais Benfica (24.ª jornada) e Sporting (34.ª J), o que em termos teóricos é sempre melhor do que ter de os visitar. Pelo meio (27.ª J), há uma deslocação a Braga, onde os dragões venceram em seis das últimas oito temporadas, tendo somente registado um empate em 2016/17 e uma derrota em 2015/16.

Em termos de calendário, há uma outra vantagem para a formação orientada por Sérgio Conceição, que na pior das hipóteses disputará mais de 21 jogos em todas as provas e na melhor chegará aos 28 na última jornada da I Liga: os jogos frente à Roma nos oitavos da final da Liga dos Campeões serão disputados com três semanas de intervalo (12 de fevereiro e 6 de março), enquanto Benfica e Sporting terão de defrontar os adversários na Liga Europa - Galatasaray e Villarreal - no espaço de uma semana.

Olhando para o plantel, o FC Porto utilizou 22 jogadores na I Liga e apenas concedeu a titularidade a 18, o que em ambos os parâmetros é o registo mais baixo entre os quatro candidatos. Mais tarde se verá se essa consistência se manterá até final da temporada ou se se vai pagar a fatura da menor rotatividade.

Benfica terá de visitar os três rivais

O Benfica é o principal perseguidor do FC Porto, com cinco pontos de desvantagem, e até vai tendo vantagem no confronto direto com os dragões, mas tem em teoria o calendário mais complicado até final da época. É que as águias agora comandadas por Bruno Lage terão de ir a Alvalade (20.ª jornada), Dragão (24.ª J) e Sp. Braga (31.ª J), além dos sempre complicados terrenos de V. Guimarães (18.ª J) e Rio Ave (33.ª J).

Com um mínimo de 21 jogos em todas as provas e um máximo de 30 aquando da última jornada do campeonato, os encarnados terão o handicap suplementar de ter de fazer uma longa viagem de avião até à Turquia a meio de fevereiro (dia 14), para defrontar o Galatasaray na primeira mão dos 16 avos de final da Liga Europa, sendo que a segunda mão se disputa na semana seguinte. Para começar, uma digressão ao Minho que poderá durar até 11 dias, para um duplo compromisso com o V. Guimarães (Taça no dia 15 e I Liga dia 18), um clássico com o Porto para as meias-finais da Taça da Liga em Braga (dia 22) e, em caso de triunfo, a final da prova, no mesmo palco (dia 26).

Até ao momento, o Benfica já utilizou 23 jogadores na I Liga, dos quais 19 foram titulares.

Sp. Braga no conforto da Pedreira

Entrando na segunda volta em terceiro lugar, a seis pontos da liderança, ainda a ter de receber os dois primeiros classificados e desde agosto sem o jet lag e o peso nas pernas das competições europeias, o Sp. Braga tem à sua frente um contexto muito interessante para lutar pelo título até final do campeonato.

Os bracarenses têm a particularidade de receber a final four da Taça da Liga no final de janeiro, ou seja, não têm a mesma necessidade de se concentrarem em estágio que os outros três concorrentes - precisamente os mesmos que ocupam os lugares cimeiros da I Liga. Depois, nos últimos dois meses da prova, vão receber os atuais líder FC Porto (27.ª jornada) e vice-líder Benfica (31.ªJ) - e o rival e vizinho V. Guimarães (25.ª J) -, já depois de visitarem Alvalade (22.ª J), onde não perderam nas duas últimas temporadas.

Na pior das hipóteses, a equipa de Abel Ferreira fará mais 19 encontros em todas as provas. Na melhor, disputará 22 até ao final do campeonato, o que significaria um calendário com o mesmo volume de jogos do que o dos concorrentes se estes caíssem logo nas primeiras eliminatórias europeias e nos quartos de final da Taça de Portugal. Além disso, os bracarenses surgem nesta fase da época mais frescos, com apenas com 25 partidas disputadas, menos oito do que o Benfica, cinco do que o FC Porto e quatro do que o Sporting, e mais rotatividade no plantel na I Liga: 23 jogadores utilizados, dos quais 20 já foram titulares.

Sporting em casa para desfazer enguiços

O Sporting parte para a segunda volta em quarto lugar, com oito pontos de desvantagem para o líder FC Porto e três para o Benfica, que ocupa um lugar de acesso à terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões, mas terá um calendário em termos gerais vantajoso até ao final da temporada.

Os leões vão receber Benfica (20.ª jornada) e Sp. Braga (22.ª J) no começo do segundo round do campeonato, sendo que até ao início de maio não terão de visitar qualquer equipa que atualmente ocupa a primeira metade da tabela. O problema é passar da teoria à prática, pois não vencem as águias e os minhotos em Alvalade para a I Liga desde 2012 e 2016, respetivamente. A missão mais espinhosa está guardada para o Dragão, na última jornada, numa altura em que os primeiros lugares até já poderão estar definidos.

Tal como o Benfica, o conjunto orientado por Marcel Keizer fará um mínimo de 21 jogos em todas as provas e um máximo de 30 aquando da última jornada do campeonato, mas tem a vantagem de ter uma deslocação mais curta nos 16 avos de final da Liga Europa, para defrontar os espanhóis do Villarreal. Curiosamente, a meio da eliminatória europeia há a tal receção ao Sp. Braga.

Até ao momento, o Sporting já utilizou 26 jogadores no campeonato, dos quais 24 foram titulares, mas no caso leonino a rotatividade tem-se feito sentir mais por problemas físicos - Salin, Ristovski, Battaglia, Wendel, Nani, Raphinha, Montero e Bas Dost já tiveram longas paragens - e pelas mudanças de treinador e de filosofia - Peseiro começou a época e o interino Tiago Fernandes fez questão de colocar a sua impressão digital na equipa - do que propriamente por um recheado leque de opções de qualidade à disposição.

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