Famílias da Serra da Luz continuam em pensão

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A Câmara Municipal de Odivelas (CMO) está ainda a estudar a melhor forma de realojamento das seis famílias que no passado dia 20 de Fevereiro tiveram de abandonar as suas casas, no Bairro Serra da Luz, devido ao perigo de derrocada. "Como a autarquia não tem fogos municipais disponíveis, a solução deverá passar pelo arrendamento de outros fogos, no concelho de Odivelas", explicou ao DN José Esteves, vereador da Habitação da CMO.

Para já, os agregados familiares estão alojados em pensões. "Vários técnicos da Segurança Social (SS) e da autarquia já recolheram informação sobre a situação de cada agregado familiar. Agora a autarquia, em conjunto com a SS e o Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), vai analisar cada caso e ver as possibilidades e quais os mecanismos de apoio possíveis", frisou o responsável. A responsabilidade é tripartida, lembra.

A solução mais definitiva possível, garante a câmara, é mesmo o arrendamento: "A Segurança Social e o IHRU alugam os fogos à autarquia que por sua vez subaluga às famílias", assegurou José Esteves. Tudo porque, "a autarquia não tem disponíveis fogos municipais. Temos ainda 300 famílias a viver em barracas e mais 193 inscritas no Programa Especial de Realojamento (PER)", lamenta.

A autarquia tem esperanças que nos 12 anos que pode durar o aluguer, tenha tempo para encontrar outras soluções para as 17 pessoas, até porque, lembra, nenhuma das famílias está inscrita no PER. Ainda assim, o vereador reconhece que "muitas das famílias tiveram que alterar por completo a sua vida" dado que a pensão fica no centro de Lisboa.

Entretanto, o descontentamento daqueles agregados familiares aumenta dia após dia e acusam a autarquia de "falsas promessas". Os moradores confessaram que o "seu maior drama é o impasse gerado na atribuição de novas moradias". Dizem-se "enganados e abandonados por quem no início lhes prometeu ajudar a refazer a sua vida". Para Paulo Conceição, residente no bairro há 26 anos, tudo não passou de "uma tentativa de minimizar a situação. Quiseram evitar problemas e mesmo confrontos", acusa.

Até ser encontrada uma solução mais definitiva, as famílias ficarão alojadas numa pensão paga pela Segurança social e com transporte escolar assegurado para os quatro menores que habitavam nos edifícios evacuados. | Com Lusa

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