Família processa robô acusado de matar mulher no local de trabalho
A família de uma mulher morta por um robô numa fábrica de peças de automóveis está a processar as cinco empresas de robótica norte-americanas responsáveis pela montagem da máquina. Wanda Holbrook morreu a 7 de julho de 2015 no Estado do Michigan, Estados Unidos, "presa e esmagada por um robô", segundo a queixa apresentada este mês em tribunal pelo marido, William Holbrook.
William afirma que os robôs, as ferramentas, os comandos e as peças não foram adequadamente projetadas, fabricadas ou testadas e não eram adequadas para uso.
Wanda era técnica de manutenção da empresa Ventra Ionia Main, que fabrica peças para automóveis, e trabalhava com robôs desenhados e montados pelas empresas Prodomax, Flex-N-Gate, FANUC, Nachi, e Lincoln Electric. Agora, William Holbrook acusa as mesmas marcas de morte por negligência.
Na denúncia, citada pelo Quartz, William explica que Wanda inspecionava o trabalho das máquinas na linha de montagem e naquele dia, 7 de julho, estava a fazer uma operação de rotina quando um robô começou a agir de forma irregular.
Aquele departamento da fábrica está dividido em seis secções - cada uma com portas de segurança - e os robôs não deveriam conseguir passar de uma secção para a outra. Naquele dia, um robô saiu da secção 130 e foi para a secção 140, onde a Wanda estava, "apanhando-a de surpresa".
"Ao entrar na secção, o robô bateu e esmagou a cabeça de Wanda" enquanto tentava colocar uma peça, um engate de reboque, na linha de montagem. Segundo o processo judicial, o robô esmagou a cabeça da mulher "entre um engate de reboque que tentava colocar na linha de montagem do setor 140 e outro engate de reboque que já estava na linha de montagem".
O marido afirma que Wanda teve uma morte dolorosa, e que sofreu "um tremendo terror, choque, dor e sofrimento enquanto estava consciente".
Wanda estava inconsciente quando foi encontrada pelos colegas e os serviços de emergência declararam o óbito no local.
"O robô da secção 130 nunca deveria ter entrado na secção 140 e nunca deveria ter tentado colocar um engate de reboque numa linha de montagem onde já estava um engate de reboque", afirma o processo. Segundo o mesmo, o incidente apenas aconteceu pois "houve uma falha de um ou mais sistemas ou dispositivos de segurança dos réus".
"Em todos os momentos relevantes estiveram disponíveis designs alternativos tecnicamente possíveis e práticas de engenharia que poderiam ter evitado o perigo sem colocarem em causa de forma significativa a utilidade desejável do sistema autónomo para os utilizadores e sem criarem risco de perigo igual ou maior para os outros", continua o processo.