Família fugida está a tentar refazer a vida no estrangeiro
Faz amanhã um mês que uma rixa ocorrida em Abrantes colocou em fuga uma família de quatro pessoas: pai, mãe e dois rapazes de dez e 16 anos, mas, segundo um familiar, esta família já estará a tentar refazer a vida no estrangeiro.
Uma familiar dos residentes na aldeia de Abrançalha de Cima disse mesmo ao DN que "tão depressa não vão voltar porque têm muito medo dos ciganos". Maria (nome fictício), de 58 anos, acrescenta: "o que mais me custa é não poder ver a minha filha e os meus netos." A familiar já foi violentamente agredida por seis indivíduos de etnia cigana, numa retaliação por não terem encontrado a família. "Hoje estão no estrangeiro, com pessoas amigas, a tentar refazer a sua vida e já inscreveram o mais pequeno na escola de lá", diz, sem referir o local: "Choram todos os dias, mas estão a tentar esquecer a Abrançalha, porque não dá para confiar naquela gente e não há agentes de segurança que lhes valham."
O caso começou num final da tarde de 6 de Agosto. Rui, o rapaz mais velho, viu-se envolvido numa disputa pelo seu telemóvel com indivíduos de etnia cigana, junto a um centro comercial da cidade. Para acudir ao pai, que entretanto chegara para o defender, Rui puxou de uma navalha e agrediu um dos seus oponentes, com 20 anos de idade. O ferimento foi ligeiro e o jovem teve alta hospitalar na mesma noite, mas os seus familiares juraram vingança.
A PSP tomou conta do ocorrido e a GNR reforçou o patrulhamento em Abrançalha de Cima. O caso foi entregue ao Tribunal de Abrantes, mas já terá havido perseguições, ameaças e agressões a pessoas alheias ao processo. Maria e o seu marido foram barbaramente espancados na sua horta. Uma moradora descreveu os problemas criados: "Nos primeiros dias foi horrível. Os ciganos andavam sempre a mostrar navalhas. O melhor para a família é ficar longe." |