Faltam máscaras para proteger populações de gases emitidos pelo vulcão do Fogo

A erupção de lava e a atividade sísmica abrandaram na ilha do Fogo, mas a prevenção mantém-se porque o vulcão está instável.
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"A Portela não desapareceu e a lava também não alcançou a estrada alternativa que foi feita para lá chegarmos", disse ontem ao DN João Domingos. O conselheiro municipal de São Filipe, a maior cidade da ilha do Fogo e que fica a pouco mais de 40 km do vulcão, não escondeu um certo alívio por terem abrandado as atividades sísmicas e o lançamento de lava, ao mesmo tempo que assumia a preocupação com a emissão de gases e as suas consequências na população.

"A emissão de gases está a preocupar-nos, há pessoas que já sentem problemas respiratórios e as máscaras não chegam para todos", disse João Domingos. O autarca avança que, para já, é obrigatório a quem se desloca a Chã de Caldeiras (zona do vulcão) usar máscara, ou seja, funcionários da proteção civil, polícias e jornalistas.

Vanine, que trabalha num hotel da cidade, também deu conta de uma certa acalmia. "Estou desde as seis da manhã a trabalhar e ainda não ouvi o barulho do vulcão como ouço todos os dias", disse. Mas quando sai à rua sente no ar o cheiro a enxofre que o vento ajuda a trazer e os gases que incomodam a respiração. "A minha irmã já arranjou um problema respiratório por causa dos gases", contou Vanine que assumiu ter ido buscar a sua máscara ao hospital mal anunciaram a sua distribuição.

Os gases já chegaram também à ilha de São Vicente, afirmou uma fonte local ao DN, adiantando que as pessoas começam a sentir "problemas respiratórios, na garganta e de pele". E as máscaras? "Aqui ainda não entregaram nada, penso que estão a dá-las a quem vive mais perto do vulcão", disse a mesma fonte.

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