Faltam 100 segundos. O fim do mundo está mais próximo do que nunca

O Relógio do Apocalipse indica que estamos cada vez mais próximo do fim do mundo e a culpa é das alterações climáticas. Cientistas citaram Greta Thunberg: "Como se atrevem?"
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Depois de em 2019 os ponteiros do Relógio do Dia do Juízo Final não se terem movido, este ano as notícias pioraram: o Apocalipse está mais perto do que nunca, faltando agora apenas 100 segundos. Ou seja, segundo os cientistas do Bulletin of The Atomic Scientists, um painel que integra 13 prémios Nobel, estamos todos mais perto de uma meia-noite metafórica que representa o fim do mundo.

O Relógio do Dia do Juízo Final simboliza a vida útil na Terra e, a cada ano, o Boletim dos Cientistas Atómicos, que criou este relógio metafórico em 1947, decide que horas são para a humanidade.

"Faltam 100 segundos para a meia-noite. Agora, estamos a definir o quão perto o mundo está da catástrofe em segundos - já não em horas ou até minutos", disse a presidente, Rachel Bronson "Enfrentamos uma verdadeira emergência - um estado absolutamente inaceitável da ordem mundial que eliminou qualquer margem de erro ou atraso adicional".

O ponteiro dos minutos do relógio foi adiantado em janeiro de 2018 por 30 segundos, para as 23.58, e assim se manteve no ano passado, a dois minutos da meia-noite - a marcação mais próxima do "Fim" desde 1953, que coincidiu com os primeiros anos da Guerra Fria. Agora, a urgência é ainda maior, com os cientistas a retirarem 20 segundos mais ao prazo de validade da vida humana na Terra.

"O momento exige atenção e novas respostas. Se os líderes mundiais continuarem a falhar, os cidadãos de todo o mundo devem fazer ecoar, e com razão, as palavras da ativista do clima Greta Thunberg: "Como se atrevem?".

Mas, que fatores determinam o quão perto estamos da meia-noite? "Principalmente, a ameaça de armas nucleares e mudanças climáticas", disse Rachel Bronson. Quando o relógio foi criado, em 1947, a maior ameaça à humanidade era a guerra nuclear, quando os EUA e a União Soviética estavam em plena guerra fria e numa corrida às armas nucleares.

"Mas em 2007, sentimos que não poderíamos responder a essas perguntas sem incluir a mudança climática", acrescentou Bronson à CNN.

Nos últimos anos, o ponteiro tem-se vindo a aproximar cada vez mais da meia-noite, uma metáfora para o aumento da probabilidade de acontecer uma catástrofe global, que estará relacionada com as alterações climáticas, como é assumido em 2020 pelos cientistas.

O acerto do Relógio do Apocalipse foi apresentado por Mary Robinson, antiga presidente da Irlanda, e contou com discursos de Ban Ki-moon, antigo secretário-geral das Nações Unidas, e ainda de Edmund Brown, presidente do Comité de Ciência e Segurança do Bulletin of The Atomic Scientists.

O relógio atingiu a sua proximidade máxima do "apocalipse" neste último ano, depois de 2019 ter visto aumentar a ameaça nuclear vinda da Coreia do Norte e do Irão, além de marcas preocupantes sobre os efeitos das alterações climáticas, como o facto de ter sido o segundo ano mais quente desde que há registos.

Refira-se que o ano em que o relógio esteve mais distante do Apocalipse (17 minutos para a meia-noite) foi em 1991, com o fim da guerra fria e a queda do muro de Berlim.

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