A fábrica da cerveja Cintra, localizada no concelho de Santarém, esteve praticamente parada durante um mês e meio, tendo apenas retomado a produção, que está agora a 80%, há poucos dias, afirmou ao DN fonte do sindicato do sector.."Não sabemos se este ritmo de produção será mantido, tudo depende da chegada ou não de mais matéria prima na próxima semana", diz Fernando Guerra, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Agricultura, Indústrias da Alimentação, Bebidas e Tabaco..Fonte oficial da Drink In refere que a fábrica está a laborar normalmente, admitindo que terá havido "pequenas interrupções" no passado, mas que a fábrica nunca esteve parada..Numa reunião com os sindicatos, realizada no dia 9, a administração da Drink In, que gere a fábrica, garantiu que no prazo de um mês apresentaria um novo parceiro empresarial para dinamizar o projecto. Sousa Cintra disse ontem ao DN que está a negociar a entrada de um novo parceiro, escusando-se a revelar qual e o prazo previsto para o seu anúncio. .O empresário e gestor Jorge Armindo tinha já manifestado o seu interesse no projecto e chegou a apresentar uma proposta ao responsável da Drink In. "Mantenho o interesse na fábrica nas condições que apresentei. Estudei o assunto, cheguei a uma determinada solução. Agora, o assunto está nas mãos de Sousa Cintra", sublinhou ao DN. .Quanto ao prazo de um mês dado aos sindicatos, Jorge Armindo diz não ter qualquer informação sobre o assunto. "Não tenho qualquer compromisso com Sousa Cintra. Pode até haver outras soluções.".O sindicato vê a entrada de um novo parceiro como uma forma de resolver a situação instável em que se encontram cerca de 190 trabalhadores. Apesar de terem os salários em dia, as interrupções na produção põem em causa o futuro dos trabalhadores. Para dia 22 está marcado um plenário, onde se prevê a participação de todos os colaboradores..Outro dos assuntos que preocupam o sindicato "é a fraca presença da cerveja Cintra nos grandes pontos de venda. Há hipermercados, como o Jumbo de Almada, que não estão a comercializar esta marca", adiantou Fernando Guerra..O sindicalista considera que as dificuldades da cerveja Cintra em vingar no mercado devem-se sobretudo à falta de investimentos, nomeadamente na área de marketing. "Quando os dois grandes concorrentes, a Super Bock e a Sagres, são muito agressivos nesta área, não se pode ignorar os investimentos em publicidade.".Inaugurada em Maio de 2002, a fábrica da Cintra nunca conseguiu colocar no mercado um produto que ultrapassasse 1,9% de quota, apesar de, na altura, ter sido estimada uma quota de 10% a curto prazo. .Para Fernando Guerra, toda a "história" à volta da empresa "é estranha". "É uma empresa nova, que teve muitos apoios e que nunca conseguiu cumprir aquilo a que se comprometeu", diz, lembrando a suposta produção de águas e refrigerantes que ficou estabelecida num protocolo celebrado com a Câmara Municipal de Santarém. .De facto, segundo divulgou a comunicação social na altura, Sousa Cintra conseguiu comprar à câmara terrenos a um escudo o metro quadrado, a troco de levar indústrias e gerar empregos no concelho..Moita Flores, actual presidente da câmara, disse recentemente ao Público que da sua mão não haverá casos Cintra, considerando que esta e outras situações terão resultado de falta de competência e de rigor nas anteriores gestões camarárias. C