Pelo menos 135 mortos e mais de cinco mil feridos era o balanço ao final do dia das duas fortes explosões sucessivas que sacudiram Beirute na terça-feira, segundo a estação televisiva libanesa Al Manar TV, que cita o ministro da Saúde..Cerca de 300 mil pessoas terão ficado sem casa, segundo referiu o governador da capital do Líbano, Marwan Abboud..As violentas explosões deverão ter tido origem em materiais explosivos confiscados e armazenados há vários anos no porto da capital libanesa, tendo o primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, revelado que cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amónio estavam armazenadas no depósito do porto..Entretanto, o Tribunal Especial do Líbano adiou a sentença dos suspeitos do assassínio do ex-primeiro-ministro Rafic Hariri, que estava prevista para sexta-feira, devido às explosões em Beirute. Hariri foi morto a 14 de fevereiro de 2005. Ainda assim, a sentença terá de ser lida até 18 de agosto..O tribunal diz que a decisão visa "respeitar o indeterminado número de vítimas da devastadora explosão que chocou Beirute e os três dias de luto nacional"..Amnistia Internacional pede investigação independente.A Amnistia Internacional defendeu nesta quarta-feira uma "investigação internacional" independente às causas das duas explosões que abalaram na terça-feira o porto de Beirute e pediu à comunidade internacional para "aumentar urgentemente a ajuda humanitária ao Líbano".."O que quer que tenha causado as explosões, incluindo a possibilidade de uma grande quantidade de nitrato de amónio armazenado de maneira insegura, a Amnistia Internacional apela à ativação imediata de um mecanismo internacional para investigar como isso aconteceu", afirmou nesta quarta-feira a secretária-geral da organização não-governamental (ONG), Julie Verhaar, em comunicado..No documento, Verhaar salientou as "cenas horríveis após as explosões para um país que já está a sofrer o stress de várias crises" e apelou ao papel humanitário da comunidade internacional.."A Amnistia Internacional apela também à comunidade internacional para aumentar urgentemente a ajuda humanitária ao Líbano, num momento em que o país já lutava com uma grave crise económica, bem como a pandemia de covid-19", finalizou..Governo decreta estado de emergência e exige prisão domiciliária para responsáveis do porto.O governo libanês decretou nesta quarta-feira o estado de emergência por duas semanas em Beirute, na sequência das explosões devastadores e mortíferas no porto da capital do Líbano..O anúncio da decisão foi feito numa conferência de imprensa pelo ministro da Informação libanês, Manal Abdel Samad, adiantando que entrará em vigor, imediatamente, "um poder militar supremo" para garantir a segurança em Beirute..Também nesta quarta-feira, o governo libanês exigiu prisão domiciliária para o número indeterminado de responsáveis do porto de Beirute enquanto decorrer a investigação que procura determinar como 2750 toneladas de nitrato de amónio puderam estar armazenadas durante anos no local..Ao dirigir-se ao "supremo poder militar" encarregado das questões de segurança durante o período de duas semanas do estado de emergência em Beirute, o governo exigiu "a prisão domiciliária de todas as pessoas" implicadas no armazenamento de amónio desde que a carga chegou à capital libanesa..Numa conferência de imprensa, o ministro da Informação libanês, Manal Abdel Samad, não adiantou o nome dos responsáveis ou o respetivo número nem avançou outros pormenores..A exigência do governo libanês vem numa altura em que começam a surgir relatos de "negligência", o que permitiu as explosões que mataram pelo menos 113 pessoas e feriram cerca de quatro mil..Na mesma conferência de imprensa, Manal Abdel Samad indicou que o governo libanês decretou o estado de emergência por duas semanas em Beirute, na sequência das explosões devastadores e mortíferas no porto da capital do Líbano..O ministro libanês acrescentou que já está em funções o "supremo poder militar" para garantir a segurança em Beirute..Portugal disponível para enviar 42 operacionais para o Líbano.Portugal manifestou nesta quarta-feira disponibilidade para enviar 42 operacionais de uma força conjunta para o Líbano, para prestar auxílio às autoridades locais na sequência das duas explosões que abalaram Beirute na terça-feira..O anúncio foi feito pelo Ministério da Administração Interna (MAI) que, em comunicado, especifica que a equipa é composta por operacionais da Proteção Civil, GNR, INEM e do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa..Segundo o MAI, os operacionais destacados têm competências nas áreas de busca e salvamento em ambiente urbano, emergência pré-hospitalar e resposta a eventos nucleares, radiológicos, biológicos e químicos..A disponibilidade para enviar estes operacionais surge em resposta a um pedido de assistência internacional das autoridades libanesas ao Mecanismo Europeu de Proteção Civil..A mobilização da Força Operacional Conjunta Nacional depende ainda, no entanto, da aceitação formal das autoridades libanesas, acrescenta o MAI..INEM aguarda instruções.A intervenção de equipas do INEM no Líbano, após as explosões em Beirute que causaram mais de cem mortos e milhares de feridos, será definida pelo Mecanismo Europeu de Proteção Civil e deverá ser conhecida nas próximas 24 horas.."A janela temporal para ajudar, sobretudo na localização de desaparecidos com vida nesta vastíssima destruição que o incidente provocou, terá de ser acionada rapidamente", afirmou a secretária de Estado da Saúde Jamila Madeira, na conferência de imprensa sobre o ponto de situação da pandemia de covid-19..Segundo Jamila Madeira, o Mecanismo Europeu de Proteção Civil deverá informar Portugal "no máximo nas próximas 24 horas quem e quantos serão os operacionais da saúde e das outras áreas de intervenção que irão para o Líbano"..Após uma solicitação do Estado libanês, o Mecanismo Europeu de Proteção Civil foi acionado, aguardando-se agora que, nas próximas horas, seja definido o número de operacionais, e de que áreas, necessários para ajudar em Beirute..O governo português expressou nesta quarta-feira solidariedade com o Líbano e o seu povo e vai participar no plano de apoio da União Europeia.."O gabinete de crise da União Europeia está a assumir, naturalmente, a coordenação do apoio humanitário europeu e Portugal fará parte desse apoio", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros, em declarações à Lusa.