Excesso de testosterona também tem culpa da crise, defende Lagarde
Numa entrevista à edição francesa da revista "Vanity Fair", Christine Lagarde considera que o excesso de testosterona também é responsável pela crise financeira.
"Nessa altura, havia no mundo financeiro uma rivalidade negativa sobre um fundo de testosterona excessiva", defende a diretora-geral do FMI, 58 anos, que faz capa da publicação, que a elege a personalidade francesa mais influente do Mundo.
À frente do presidente François Hollande, que surge apenas na 22.ª posição, Christine Lagarde mostra-se convencida de que a situação não seria a mesma se houvesse mais mulheres em cargos de responsabilidade.
"As mulheres não são melhores do que os homens, são diferentes, somos diferentes", diz. "O facto de as mulheres terem estado, com demasiada frequência em situação de minoria dá-lhes outros pontos de vista. E a confrontação de pontos de vista é o que permite chegar a boas decisões", justifica Lagarde, defendendo a presença de mais mulheres nos altos cargos do FMI (organismo em que 48,9% dos funcionários são mulheres mas onde apenas um quarto ocupa cargos de chefia) e nos conselhos de administração das empresas.
Christine Lagarde, que foi ministra das Finanças de França, refere-se à chanceler alemã Angela Merkel como uma mulher "fascinante" e muito atenta aos detalhes pessoais, e a Janet Yellen, presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos como um exemplo de "mudança de tom" no Banco Central norte-americano.
A diretora-geral do FMI lidera o segundo ranking da "Vanity Fair" das personalidades francesas mais influentes do Mundo, sendo o segundo lugar ocupado pelo realizador Luc Besson, e o terceiro pelo empresário Fabrice Brégier, presidente da Airbus.