Ex-primeiro ministro japonês morreu. Foi alvo de um ataque num comício

Shinzo Abe, de 67 anos, foi atingido a tiro durante uma ação de campanha do Partido Liberal Democrático (PLD) na cidade japonesa de Nara. Foi detido um suspeito, um ex-militar.
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O antigo primeiro-ministro japonês Shinzo Abe morreu esta sexta-feira, depois de ter sido alvo de um ataque durante um comício na cidade de Nara. Não resistiu aos ferimentos após ser alvejado pelas costas.

Uma fonte oficial do Partido Liberal Democrático (PLD), de Shinzo Abe, citada pela estação de televisão NHK, referiu que "o ex-primeiro-ministro morreu num hospital na cidade de Kashihara, Nara, onde estava a receber tratamento médico. Tinha 67 anos".

Shinzo Abe participava num comício eleitoral do Partido Liberal Democrático (PLD) para as eleições parlamentares de 10 de julho, quando foi baleado, informaram a emissora estatal NHK e a agência noticiosa Kyodo.

As autoridades detiveram um suspeito pelo ataque ao antigo chefe do governo japonês, que foi hospitalizado em estado grave, acabando por não resistir aos ferimentos.

Yamagami Tetsuya, originário de Nara, foi detido no local do atentado, enquanto segurava uma arma com a qual terá disparado dois tiros contra o antigo líder japonês.

Segundo fontes do Ministério da Defesa japonês, o alegado agressor trabalhou no ramo naval das Forças de Auto-defesa por três anos, até 2005.

Abe, de 67 anos, foi transportado de ambulância para um hospital perto da estação Kintetsu Yamato-Saidaiji, acrescentou o jornal Yomiuri Shimbun.

Um repórter desta publicação diária disse que, após ouvir o som de um disparo, o ex-primeiro-ministro caiu no chão inconsciente. Vários meios de comunicação social relataram que Abe terá sido alvejado pelas costas.

Fonte do PLD realçou à agência de noticias japonesa Jiji que o político japonês encontrava-se a sangrar do pescoço. Nem o PLD nem a polícia local confirmaram a informação quando contactados pela agência de notícias AFP.

A emissora NHK relatou, por sua vez, que quando Shinzo Abe foi transportado para o hospital, aparentava estar em paragem cardiorrespiratória - um termo utilizado no Japão para indicar a ausência de sinais de vida, notou a AFP.

Governo japonês condenou o ataque ao antigo primeiro-ministro Shinzo Abe.

"Esta barbárie não pode ser tolerada, independentemente da razão da pessoa, por isso condenamo-la fortemente e faremos o nosso melhor para ajudar", disse o porta-voz do Governo nipónico, Hirokazu Matsuno.

Matsuno não deu mais informações sobre a saúde de Abe, que os serviços de emergência disseram estar em paragem cardiorrespiratória quando foi transportado para um hospital.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, cancelou a agenda eleitoral para se dirigir a Tóquio.

A ex-ministra do Interior e das Comunicações do Japão, Sanae Takaichi, também condenou o ataque, dizendo que "não perdoa o terrorismo político", enquanto o ministro da defesa no tempo de Abe, Satoshi Nakanishi, disse que "o terrorismo e a violência não devem ser perdoados".

"Estamos tristes e chocados com o ataque ao antigo primeiro-ministro", disse o embaixador dos EUA em Tóquio, Rahm Emanuel.

"Abe Shinzo. Abe foi um líder notável do Japão e um aliado firme dos Estados Unidos. O Governo e o povo americano rezam pelo seu bem-estar, da sua família e do povo japonês", acrescentou o embaixador quando ainda o antigo chefe do governo japonês estava hospitalizado.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, manifestou-se "chocado e entristecido com o ataque cobarde" contra o ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse estar "triste e consternado" com o ataque "desprezível", também numa publicação na rede social Twitter.

"Profundamente perturbado pelo ataque ao meu querido amigo Abe", reagiu o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, igualmente no Twitter. "Os nossos pensamentos e orações estão com ele, com a sua família e o povo japonês", acrescentou o governante quando ainda não se sabia que o ex-primeiro-ministro do Japão não tinha resistido aos ferimentos.

Shinzo Abe esteve em funções como primeiro-ministro do Japão em 2006 durante um ano e novamente de 2012 a 2020.

O presidente francês, Emmanuel Macron, disse estar profundamente chocado com o "ataque odioso" contra Shinzo Abe, uma reação idêntica à de Espanha, Alemanha e da NATO.

"A França está com o povo japonês", acrescentou Macron num texto divulgado na rede social Twitter e endereçando apoio aos familiares e amigos do ex-primeiro-ministro conservador japonês.

A ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock, expressou "choque" pelo atentado a tiro contra o antigo primeiro-ministro japonês.

"Estou chocada com a notícia do ataque contra Shinzo Abe. Os nossos pensamentos estão com ele (Shinzo Abe) e com a família", disse a chefe da diplomacia de Berlim numa mensagem difundida pela rede social Twitter. Baerbock participa na reunião do G20 que decorre em Bali, Indonésia.

O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, numa mensagem transmitida pelas redes sociais, expressou "comoção" em relação ao atentado que considerou "cobarde".

Da mesma forma, o secretário-geral da Aliança Atlântica, Nato, diz-se "profundamente" chocado com o "odioso" atentado contra Abe.

Notícia atualizada às 10:07

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