Ex-primeiro-ministro israelita Ehud Olmert libertado da prisão
O antigo primeiro-ministro israelita Ehud Olmert foi libertado hoje, depois de ter passado um ano e quatro meses na cadeia por corrupção, constatou um jornalista da agência noticiosa francesa AFP.
Ehud Olmert, de 71 anos, que estava preso desde fevereiro de 2016, foi o primeiro chefe de um Governo israelita a ser condenado a uma pena de prisão.
Chefe de Governo de 2006 a 2009, Olmert cumpria 18 meses de cadeia, após ter beneficiado de uma redução da pena inicial.
Olmert deixou a prisão de Maasiyahu, em Ramla, por uma porta traseira, por volta das 06:00 (04:00 em Lisboa), entrando de seguida numa viatura em direção a um destino desconhecido, segundo um fotógrafo da AFP.
De acordo com os 'media' israelitas, Olmert seguiu para uma das suas residências perto de Telavive.
Olmert foi condenado a 18 meses de prisão por corrupção no âmbito do chamado caso "Holyland", um escândalo imobiliário ocorrido em Jerusalém quando era presidente da câmara (1993-2003) - que o obrigou mesmo a demitir-se do cargo de chefe do executivo em 2008 -; a oito meses por fraude e corrupção devido ao caso "Talansky", nome do empresário norte-americano que subornou quando era ministro; e a um mês por obstrução à justiça.
O Ministério da Justiça e a Procuradoria renunciaram, na quinta-feira, à possibilidade de recorrer da decisão da comissão de indultos que concedera a Olmert uma redução da pena em um terço, mostrando-se a favor da libertação antecipada por bom comportamento.
Ao abrigo dos termos da libertação antecipada, Olmert tem de cumprir trabalho voluntário e apresentar-se à polícia duas vezes por mês, estando ainda proibido de deixar o país ou conceder entrevistas, explicou Assaf Librati, porta-voz dos Serviços Prisionais, à agência noticiosa Associated Press (AP).
O mesmo responsável indicou que o Presidente israelita, Reuven Rivlin, pode, com efeito, aliviar as restrições da liberdade condicional.
Olmert chegou ao poder em 2006, sucedendo a Ariel Sharon, afastado na sequência de um acidente vascular-cerebral que o deixou em estado vegetativo até à morte, em janeiro de 2014.
A sua queda começou em julho de 2008 quando renunciou, por estar cada vez mais fragilizado pelas acusações de corrupção, a candidatar-se às eleições primárias do partido Kadima (centro-direita), que formara quase três anos antes, abandonando 'de facto' as funções de chefia do executivo israelita.
Figura de destaque da direita nacionalista, no partido Likud, Olmert assumiu posteriormente posições mais moderadas, aceitando a criação de um Estado palestiniano.
Sem verdadeiro carisma, não foi - numa avaliação do próprio - um primeiro-ministro "muito popular".
Até à guerra de Gaza, que desencadeou em dezembro de 2008 para pôr fim aos tiros de mísseis contra Israel, Olmert realizou intensas negociações, mas sem resultados concretos, com a direção palestiniana de Mahmud Abbas.
Partidário de uma retirada de uma grande parte dos territórios palestinianos em troca da paz, esperava manter sob controlo de Israel os blocos de colonatos na Cisjordânia ocupada.